RM, 12/02/2025
A Transparência Internacional se ridiculariza com seu novo relatório alegando que a Hungria é tão corrupta quanto Burkina Faso, um país marcado por assassinatos em massa cometidos por militares, um escândalo de “comida em troca de sexo” e 2 milhões de deslocados devido à guerra contra jihadistas.
Segundo um novo relatório do índice de corrupção da Transparência Internacional, organização amplamente financiada pela Open Society Foundations de George Soros, a Hungria é mais corrupta do que Burkina Faso, uma nação subsaariana assolada por conflitos étnicos e religiosos e atrocidades que deslocaram 2 milhões de pessoas. De acordo com o relatório, a Hungria também está empatada com a Cuba comunista, a extremamente corrupta África do Sul e ainda foi superada por Gana, Benin e Arábia Saudita.
O Índice de Percepção da Corrupção, compilado pela sede da Transparência Internacional em Berlim, avalia e classifica os países com base no nível de corrupção no setor público. O índice é elaborado a partir de pesquisas que examinam a corrupção no sistema de autoridade pública, na economia e na sociedade de cada país, além do desempenho no campo do Estado de Direito.
O último ponto, referente ao Estado de Direito, é particularmente importante ao comparar a Hungria, pois o Estado de Direito praticamente não existe em países como Burkina Faso e Arábia Saudita, sendo este último uma teocracia autoritária onde nunca foram realizadas eleições democráticas.
Vale a pena explorar mais a fundo as alegações da Transparência Internacional, começando por Burkina Faso. O país é governado por uma junta militar que tomou o poder por meio de um golpe. Segundo a BBC, no ano passado, “o governo militar de Burkina Faso anunciou que estenderá o regime da junta por mais cinco anos.” O alerta de viagem do Departamento de Estado dos EUA sobre Burkina Faso descreve uma situação alarmante: “Não viaje para Burkina Faso devido à situação de segurança volátil e à alta ameaça de sequestro, terrorismo e banditismo armado (nível 4 de 4).”
Além disso, em Burkina Faso, cidadãos e empresários não podem percorrer grandes distâncias sem serem parados por postos de controle militares ou policiais, onde são extorquidos por propinas, algo comum em muitas partes da África. O país é um desastre humanitário, repleto de execuções extrajudiciais, tortura e assassinatos em massa por forças de segurança. No ano passado, membros do exército foram acusados de envolvimento em "imagens insuportáveis de rara crueldade", enquanto o país continua sua guerra contra jihadistas.
De acordo com um relatório da Barrons, o exército de Burkina Faso condenou recentemente “atos macabros” e afirmou estar investigando os responsáveis, após vídeos mostrando a mutilação de cadáveres, supostamente por militares, circularem nas redes sociais.
Ainda segundo a BBC, conflitos continuam assolando o país. Três combatentes de Gana, envolvidos nas batalhas devido a laços étnicos e religiosos, relataram ao veículo que um deles teve toda a família executada pelo exército burquinense:
“Meu irmão mais velho, sua esposa e seus filhos foram todos mortos pelo exército. Isso me dói muito. Os militares chegaram à comunidade deles na floresta e mataram todos, uma família inteira, incluindo 29 pessoas.”
Em Burkina Faso, a corrupção vai além da mera troca de propinas envolvendo dinheiro, que é necessária para fazer praticamente qualquer coisa no país. Na verdade, ela vai até o sexo, o que significa que refugiados tiveram que negociar sexo para receber pacotes de comida humanitária, conhecido como o escândalo “sexo por comida”.
O relatório também observa que 2 milhões de pessoas foram deslocadas pelo conflito na última década e dezenas de milhares foram mortos, enquanto jihadistas rebeldes controlam até 60% do país em determinados momentos. Isso levanta dúvidas sobre a credibilidade das pesquisas realizadas em Burkina Faso, já que vastas áreas do país estão isoladas do mundo exterior.
Além disso, vale analisar outros países listados no índice da Transparência Internacional. Segundo o relatório, a Hungria tem o mesmo nível de corrupção que a África do Sul — um país onde há apagões em massa devido à corrupção generalizada nos serviços públicos, onde políticos são frequentemente assassinados durante eleições e onde recentemente foi aprovada uma lei que permite a expropriação de terras sem compensação, medida direcionada contra os fazendeiros brancos.
A África do Sul também sofre com gangues que roubam cobre em quantidades tão grandes que setores inteiros, como construção civil, telecomunicações e geração de energia, estão colapsando. O Remix News relatou a corrupção desenfreada no setor energético do país no ano passado.
Muito mais poderia ser dito sobre a corrupção na África do Sul, Burkina Faso e Cuba, ou mesmo sobre os países que supostamente são menos corruptos que a Hungria, como a Arábia Saudita. No entanto, até mesmo uma pessoa com conhecimento limitado sobre geopolítica perceberia algo estranho no relatório da TI. Instintivamente, entenderia que se trata de um relatório altamente tendencioso e desconectado da realidade, mas, ainda assim, a mídia global divulga esse índice de corrupção conforme planejado — para atacar a Hungria. De certa forma, o relatório da TI parece ter sido intencionalmente elaborado com esse propósito.
A Transparência Internacional baseia seu relatório na "percepção" da corrupção por meio de pesquisas com empresários e especialistas. Obviamente, se esses empresários e especialistas tiverem rivalidade com o governo de determinado país, podem distorcer as respostas conforme desejarem. Além disso, o critério para selecionar os entrevistados e a metodologia da pesquisa deixam margem para interpretações e manipulações dos resultados.
A mídia e os comentaristas deveriam ridicularizar a TI por colocar a Hungria na mesma categoria que esses outros países, expondo sua parcialidade extrema. No entanto, devido ao controle da grande mídia sobre o fluxo de informações e sua posição como “autoridade” no assunto, o senso comum não prevalece.
A apresentação do relatório da Transparência Internacional foi realizada na Universidade Centro-Europeia (CEU) de George Soros e destacou as principais descobertas sobre a corrupção na Hungria.
Segundo o jornal Magyar Nemzet, Martin József Péter, diretor executivo da Transparência Internacional, afirmou que o estudo é baseado em 13 pesquisas de 12 instituições diferentes e avaliou a Hungria com base em 10 sub-índices. Ele também destacou que o índice de corrupção da TI é a ferramenta mais amplamente utilizada para medir corrupção no mundo.
Para reforçar sua credibilidade, Péter mencionou que a sede da TI em Berlim solicitou uma auditoria ao Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia em 2018, que considerou o método da TI adequado para medir corrupção.
No ranking da Transparência Internacional, os países menos corruptos do mundo incluem Dinamarca, Finlândia, Singapura, Nova Zelândia, Luxemburgo, Noruega e Suíça. Péter destacou que todos esses países têm alta renda per capita, com exceção de Singapura, que não pode ser considerada uma democracia.
Já entre os países mais corruptos do mundo, segundo a TI, estão Venezuela, Somália e Sudão do Sul. Vale notar que o relatório classificou a Hungria como o país mais corrupto da União Europeia.
“A corrupção aumentou mais na Hungria do que em qualquer outro país da UE”, afirmou o chefe da Transparência Internacional na Hungria, destacando que o país perdeu 14 pontos no índice e que a situação piorou drasticamente entre 2012 e 2024.
Entretanto, segundo o Eurobarômetro oficial da União Europeia, que mede a percepção da corrupção entre os cidadãos europeus, a Hungria é o 7º país menos corrupto dos 27 membros da UE.
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