NYP, 11/02/2025
Por Alex Oliveira
A polêmica Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) gastou milhares de dólares para enviar um terrorista da Al-Qaeda, com ligações com os sequestradores do 11 de Setembro, para a faculdade nos EUA décadas atrás – uma educação que ele usou para recrutar e preparar terroristas para futuros ataques em solo americano.
O presidente Trump ordenou o desmonte da USAID depois de descobrir que a agência desperdiçou bilhões em projetos considerados esquerdistas nos últimos anos — desde shows de drag no Equador até uma versão iraquiana de “Vila Sésamo”, e ajuda ao Oriente Médio que acabou nas mãos do Hamas e do Hezbollah.
Mas o recente ressurgimento da história do financiamento integral de um terrorista sugere aos críticos que a corrupção na agência já existia há anos.
O jihadista nascido nos EUA, Anwar al-Awlaki, recebeu "financiamento total" para estudar na Colorado State University em 1990 (adm Bush pai), conforme documentos da USAID obtidos pela Fox News.
O presidente Barack Obama ordenou sua morte em um ataque aéreo dos EUA no Iêmen 20 anos depois.
Os documentos revelam que al-Awlaki – que nasceu em Las Cruces, Novo México – mentiu em sua inscrição, alegando ter nascido no Iêmen, aparentemente para se qualificar ao financiamento federal da mensalidade, que na época valia mais de US$ 27.000. (Atualmente, a mensalidade e as taxas para um estudante internacional na universidade pública em Fort Collins seriam quase dez vezes maiores.)
Usando a educação que a USAID lhe proporcionou – ele se formou em engenharia civil em 1994 — al-Awlaki passou a ensinar Islã em mesquitas por todo o país, de Denver a San Diego e Virgínia, onde autoridades dos EUA acreditam que ele usou sua posição para radicalizar e recrutar terroristas.
Foi em uma mesquita de San Diego que ele conheceu os sequestradores do 11 de Setembro, Nawaf al-Hazmi e Khalid al-Mihdhar – dois dos homens que pilotaram o voo 77 contra o Pentágono em 2001, matando 190 pessoas – e, em 2006, ele foi preso no Iêmen sob suspeita de ligações terroristas.
Três anos depois, ele estava se comunicando com o atirador de Fort Hood, Nidal Hasan — que matou 13 pessoas na base militar do Texas — e também foi ligado ao "bomber da cueca", Umar Farouk Abdulmutallab, que tentou explodir um avião da Northwest Airlines com destino a Detroit no Natal de 2009, usando explosivos escondidos na roupa íntima.
Al-Awlaki foi morto em um ataque aéreo dos EUA ordenado por Obama em 2011 no Iêmen, meses depois de ter sido declarado um “terrorista global especialmente designado.” O ataque foi controverso entre grupos de direitos civis na época, pois foi a primeira vez que um cidadão americano foi morto em um ataque direcionado.
Já se sabia há muito tempo que al-Awlaki havia sido educado nos EUA, mas o recente escrutínio sobre os gastos amplos e frequentemente supérfluos da USAID, conduzido pelo governo Trump, trouxe uma nova luz sobre o papel da agência na formação de um terrorista.
O documento foi descoberto pela primeira vez pelo Arquivo de Segurança Nacional da Universidade George Washington em 2015.
“Este formulário, datado de 1990, confirma que Anwar al-Awlaki foi qualificado para um visto de intercâmbio, e que a USAID estava fornecendo ‘financiamento total’ para seus estudos na Colorado State University”, afirmou o Arquivo de Segurança Nacional na época.
“O documento lista incorretamente o local de nascimento de Anwar como Sanaa, capital do Iêmen, o que ele depois disse ter sido uma falsificação deliberada incentivada por funcionários americanos que conheciam seu pai, para que ele pudesse se qualificar para uma bolsa reservada a cidadãos estrangeiros”, segundo o arquivo.
E a bolsa de estudos de luxo de al-Awlaki é apenas o mais recente caso de fundos da USAID sendo usados para financiar inimigos terroristas dos EUA, descoberto desde que o governo Trump começou a reprimir os gastos do Estado.
Segundo um estudo recente do think tank Middle East Forum, mais de US$ 100 milhões em subsídios da USAID e do Departamento de Estado foram destinados a organizações alinhadas com o terrorismo – incluindo “milhões” que foram canalizados diretamente para organizações controladas pelo Hamas em Gaza.
“Beneficiários da USAID já pediram que suas terras fossem ‘limpas’ da ‘impureza dos judeus’, entre dezenas de outros exemplos perturbadores”, apontou o relatório, citando grupos como a “organização de caridade terrorista baseada em Gaza” Bayader Association for Environment and Development, que recebeu financiamento entre 2016 e os dias que antecederam o ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, segundo a Fox News.
Outros subsídios incluem um valor desconhecido para a Unlimited Friends Association, controlada pelo Hamas em Gaza, que, segundo o Middle East Forum, é dirigida por um líder que defende a “limpeza” de Gaza dos “judeus impuros”.
Os gastos da USAID continuaram em Gaza e na Cisjordânia sob o governo Biden, mesmo depois de o próprio governo classificar como “alto risco” a possibilidade de que os fundos caíssem nas mãos de terroristas.
Pacotes de ajuda humanitária fornecidos pela USAID também foram encontrados entre estoques de armas sendo usadas no conflito, incluindo um depósito de metralhadoras e armamento do Hezbollah descoberto e fotografado por soldados das Forças de Defesa de Israel no Líbano.
Os gastos frequentemente estranhos e de longo alcance da USAID – e as somas astronômicas de dinheiro dos contribuintes jogadas ao redor do mundo – tornaram a agência um alvo fácil para os planos de corte de custos de Trump, conduzidos por seu Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), administrado por Elon Musk.
“A USAID está deixando a esquerda radical louca, e não há nada que eles possam fazer sobre isso, porque a forma como o dinheiro foi gasto, tanto dele de maneira fraudulenta, é totalmente inexplicável”, escreveu o presidente Trump no TruthSocial no fim de semana, enquanto intensificava sua repressão aos gastos governamentais com o fechamento do escritório da USAID.
Em 2023, a USAID gastou pelo menos US$ 68 bilhões.
Trump praticamente encerrou as operações da agência, deixando apenas algumas atividades de baixo nível em funcionamento.
O quadro de 10.000 funcionários empregados internacionalmente deve ser reduzido para cerca de 300.
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