RTN, 17/04/2025
Por Didi Rankovic
Transparência policial entra em conflito com exposição digital à medida que liderança da Garda considera restringir o jornalismo cidadão.
A polícia na Irlanda (Garda) está buscando maneiras de dificultar que civis, especialmente jornalistas cidadãos, filmem agentes em serviço em locais públicos — algo que atualmente é permitido a qualquer pessoa.
O argumento em favor da mudança nas regras é de que os policiais precisam ser “protegidos”, principalmente contra possíveis “assédios” e “abusos” nas redes sociais.
A proposta, que está sendo discutida esta semana durante a conferência da Associação de Sargentos e Inspetores da Garda (AGSI), partiu da própria organização, que representa milhares de policiais, e foi encaminhada ao ministro da Justiça, Jim O’Callaghan.
Os proponentes da iniciativa também citam um relatório recente da Autoridade Policial, que afirmou que, caso os policiais acreditem que suas informações — ou de seus familiares — possam ser reveladas junto aos vídeos, eles tendem a ficar “relutantes em usar a força durante tumultos”.
Embora não se trate de uma tentativa de proibir completamente a filmagem de agentes em ação, a AGSI quer que a polícia nacional reformule suas regras sobre mídias sociais, buscando um “equilíbrio entre o direito do público à transparência” e a necessidade de proteger os policiais de algo amplamente definido como “assédio potencial e desafios operacionais”.
O jornalismo cidadão é tratado como “um problema crescente” pela AGSI, que alega que isso já está afetando — a ponto de justificar a moção apresentada — desde a segurança pública em geral, até o policiamento, a integridade de investigações e o “bem-estar e segurança dos membros” da força policial.
Uma nova política viria acompanhada de “treinamento apropriado e adequado” para sua implementação, segundo a proposta.
Caberia ao ministro da Justiça encontrar soluções que, ao mesmo tempo, “protejam” os policiais do conteúdo nas redes sociais e, ainda que limitem o direito do público de documentar suas ações profissionais, preservem a confiança das pessoas no sistema de justiça.
A AGSI tentou aumentar as chances de aceitação da proposta ao destacar jornalistas cidadãos “associados” à extrema-direita e também à “desinformação” — como exemplos de por que a filmagem da polícia deveria ser regulamentada, ou seja, restringida.
Durante a conferência, também foi dito que jornalistas cidadãos frequentemente “miram” eventos que envolvem intervenções policiais potencialmente controversas com o único intuito de “provocar” os agentes e “provocar uma reação”.
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Fonte:https://reclaimthenet.org/ireland-police-push-restrictions-filming-citizen-journalists-social-media
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