O governo turco suspendeu esta quinta-feira a Convenção dos direitos humanos |
DN, 21 de julho de 2016.
Governo turco decretou a suspensão da Convenção Europeia dos Direitos Humanos enquanto vigorar o estado de emergência, que começou hoje e deverá prolongar-se por 40 ou 45 dias, menos que os três meses inicialmente anunciados.
O vice-presidente do Governo, Numan Kurtulmus, explicou que a suspensão da Convenção "não será feita como em França", numa alusão às medidas tomadas nesse país após a declaração do estado de emergência na sequência dos atentados terroristas dos últimos meses.
Em declarações aos media em Ancara, Kurtulmus disse que o Governo tem por objetivo que o estado de emergência se prolongue por 40 ou 45 dias, e não pelos três meses anunciados na quarta-feira pelo Presidente.
Recep Tayyip Erdogan diz ser necessário "assegurar a democracia" e localizar os responsáveis pela intentona golpista do fim de semana.
Nesse sentido, Kurtulmus insistiu hoje que a declaração do estado de emergência não significa a aplicação da lei marcial e que os cidadãos não serão afetados.
"Não vão ser proibidos os direitos de reunião e manifestação. Não haverá recolher obrigatório nem qualquer retrocesso nos avanços democráticos", afirmou o vice-primeiro-ministro.
Kurtulmus prometeu que "o parlamento estará aberto e a funcionar".
O vice-presidente do Executivo voltou a acusar o clérigo islamita exilado nos Estados Unidos, Fethullah Gülen, de envolvimento na tentativa de golpe de Estado e disse que dirige uma "organização terrorista".
"O seu objetivo [dos golpistas] não era um golpe de Estado. Era matar o Presidente Erdogan e conduzir o país a uma guerra a longo prazo com a Síria", assegurou.
Numa referência ao pedido enviado aos Estados Unidos para a extradição de Gülen, Kurtulmus sugeriu a Washington que se coloque no lugar da Turquia.
"Como se sentiriam se um sacerdote tivesse tentado destruir os Estados Unidos e fosse para a Turquia viver numa mansão...", assinalou.
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