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| O ministro do Interior da Áustria, Herbert Kickl. |
The Local At, 08 de setembro de 2018
A Áustria teve que tomar “medidas de construção de confiança” para manter a cooperação com os serviços secretos aliados, disse seu ministro do Interior na sexta-feira, em um interrogatório sobre as invasões do governo à agência de inteligência interna do país.
O ministro do Interior, Herbert Kickl, do Partido da Liberdade da Áustria (FPO) disse ao parlamento que a Áustria deve explicar ou enfrentar a suspensão do chamado Bern Club, um fórum de compartilhamento de informações entre estados-membros da União Europeia.
“A cooperação entre os serviços dos parceiros é baseado na confiança. Medidas de confiança foram necessárias… fui informado em 26 de junho de 2018 que a suspensão seria a última consequência”, disse ele, sem dar mais detalhes.
Ele fez a declaração durante uma sessão especial convocada pela oposição para pedir sua renúncia, que foi rejeitada por não receber o apoio da maioria.
A declaração de Kickl vem em meio e relatos de que os serviços secretos ocidentais estão cada vez mais cautelosos em compartilhar informações com seus aliados da União Europeia devido a preocupações de que possam ser repassados para Moscou.
Oficialmente, os ataques de fevereiro a escritórios e casas de funcionários da agência de inteligência BVT relacionaram-se a uma investigação sobre supostas alegações de abuso de poder. Mas, de maneira incomum, as buscas foram realizadas por uma unidade policial de rua dirigida por um funcionário do FPO, que tem um “pacto de cooperação” com o partido Rússia Unida do presidente Vladimir Putin.
Arquivos apreendidos estão supostamente relacionados as investigações sobre grupos extremistas de extrema-direita.
A oposição acusou Kickl de pôr em perigo o país ao comprometer sua relação com outros serviços secretos.
“É só uma questão de tempo quando ele tiver de renunciar… isso é sobre nossa constituição e nossa segurança”, disse o parlamentar de oposição Peter Pilz ao parlamento.
Kickl reiterou que, com base em “numerosas conversas em diferentes níveis”, a cooperação com parceiros internacionais continuou a funcionar, acusando a oposição de apresentar o caso somente para ganhar pontos políticos.
Na semana passada, um tribunal de Viena declarou ilegais algumas das buscas porque os promotores não conseguiram explorar outros meios para obter as provas que estavam procurando.
Um comitê parlamentar de inquérito separado, também solicitado pela oposição, sobre os ataques começou esta semana, ouvindo os envolvidos. Kickl deve aparecer diante da CPI em novembro.
O FPO está governando em coalizão desde o final do ano passado. O vice-chanceler do FPO, Heinz-Christian Strache, defendeu na sexta-feira Kickl como um “excelente ministro do Interior”.
No mês passado, a ministra das Relações Exteriores da Áustria que pertence ao FPO levantou as sobrancelhas dos convidados, ao convidar Putin para participar do seu casamento. Imagens dos dois dançando foram amplamente divulgadas.
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