Reuters, 27 de maio de 2016.
Por Denis Dyomkin.
Rússia – o presidente Vladimir Putin advertiu nesta sexta-feira a Romênia e a Polônia que ambos se encontram na mira dos foguetes russos porque eles estão comportando sistemas de escudos antimísseis dos Estados Unidos que Moscou considera uma ameaça à sua segurança.
Putin emitiu seu sinal mais forte ainda sobre os escudos antimísseis, dizendo que Moscou havia afirmado repetidamente que teria que tomar medidas de retaliação, mas que Washington e seus aliados tinham ignorado as advertências.
No início deste mês, o exército norte-americano – que diz que o escudo é necessário para proteger-se contra o Irã, não ameaçou a Rússia – e apenas mudou partes do escudo romeno. O trabalho está seguindo adiante em outra parte do escudo, na Polônia.
“Se até ontem nas zonas da Romênia as pessoas simplesmente não sabiam o que significa estar em uma encruzilhada, então hoje vamos ser forçados a realizar determinadas medidas para garantir a nossa segurança”, disse Putin em uma entrevista coletiva conjunta em Atenas, com o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras.
“Será a mesma coisa coma a Polônia”, disse ele.
Putin não especificou quais as ações que a Rússia iria tomar, mas ele insistiu que não estava tomando o primeiro passo, apenas respondendo o movimento de Washington. “Nós não vamos tomar qualquer ação até que vejamos foguetes em áreas dos nossos vizinhos”.
Ele disse que o argumento de que o projeto era necessário para se defender contra o Irã não fazia sentido porque um acordo internacional tinha sido obtido para conter o programa nuclear de Teerã. Os mísseis que irão formar o escudo podem facilmente chegar a cidades russas, disse ele.
“Como pode não criar uma ameaça para nós” perguntou Putin.
Ele expressou frustração que as queixas da Rússia sobre o escudo antimísseis não tinham sido atendidas.
“Nós estamos repetindo como um mantra que seremos forçados a responder... Ninguém quer nos ouvir. Ninguém quer conduzir as negociações com a gente”.
CRIMEIA ASSUNTO ENCERRADO.
Putin falou em um tom desafiante sobre a Criméia, região ucraniana que a Rússia anexou em 2014. Moscou disse que estava agindo sobre a vontade do povo da Criméia, que votou para juntar-se a Rússia, mas governos ocidentais dizem que foi uma tentativa de grilagem ilegal.
“Assim como a Criméia, consideramos esta questão encerrada para sempre”, disse Putin. “A Rússia não irá realizar qualquer discussão com alguém sobre este assunto.”.
O líder russo também falou sobre as relações com a Turquia, que têm sido tóxicas desde que o exército turco abateu um caça russo perto da fronteira truco-síria em novembro do ano passado. Ancara disse que o avião desviou para o espaço aéreo turco, uma alegação que Moscou nega.
Putin disse que estava pronto para considerar restaurar as relações com Ancara, mas isso exigiria um primeiro passo da Turquia, e até agora não há nenhum sinal disso.
Putin foi questionado sobre o projeto South Stream, um gasoduto da Rússia, que seria feito sob o Mar Negro para a Bulgária a partir do Sul da Europa. A Rússia arquivou o projeto depois que a Bulgária saiu.
Ele culpou o governo dos Estados Unidos e a Comissão Europeia, dizendo que eles haviam pressionado Sofia a se retirar. Mas ele disse que a Rússia seguiria em frente com a extensão de seu oleoduto NordStream o Báltico, que ele espera que ninguém tente impedir esse projeto.
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