Foi colocada a primeira pedra naquelas que são as instalações militares norte-americanas na Europa mais polémicas desde o fim da Guerra Fria.
"Quem toma estas decisões deveria saber que, até agora tem vivido em calma, conforto e segurança. Agora, vamos ter de pensar numa forma de neutralizar estas ameaças à segurança da Federação Russa."
No norte da Polónia vai nascer um centro de defesa antimíssil, parte de um sistema alargado, que a NATO insiste ser contra as ameaças vindas do Médio Oriente: “A Europa e, por extensão, a NATO, está a enfrentar uma série de novos e complexos desafios de segurança. Enfrentar estes desafios vai exigir uma aliança da NATO mais capaz, que possa evoluir e adaptar-se às ameaças, tanto antigas como novas”, disse o vice-secretário norte-americano da Defesa, Robert E. Work.
Quanto ao que Work chama de “ameaças antigas”, Vladimir Putin parece ter “enfiado a carapuça” e considera as instalações uma afronta à Rússia: “Não se trata de sistemas de defesa, mas sim de uma parte do potencial nuclear estratégico dos Estados Unidos transposta para a periferia, neste caso, para o leste europeu. Quem toma essas decisões deveria saber que, até agora tem vivido em calma, conforto e segurança. Agora, vamos ter de pensar numa forma de neutralizar estas ameaças à segurança da Federação Russa”, disse o presidente russo.
Para Putin, a estratégia serve para neutralizar o arsenal nuclear russo e para os Estados Unidos poderem atacar a Rússia em caso de guerra nuclear.
Uma outra parte do mesmo sistema de defesa foi, entretanto, inaugurada na Roménia. Este dispositivo, que custou 800 milhões de dólares, foi agora ativado e já funciona. O chamado “guarda-chuva defensivo”, quando completo, vai proteger a Europa, das fronteiras do leste até à Groenlândia e aos Açores.