Nota do Editor: O que o Milei libertário realmente quer que o Milei candidato não disse?
Javier Milei ganhou as eleições na Argentina neste domingo, 19 de Novembro. Neste segundo turno, o candidato conseguiu o apoio de Patrícia Bullrich e Maurício Macri, ex-presidente do país entre 2015 e 2019. Bullrich é uma figura histórica da esquerda argentina, tendo tido envolvimento com o terrorismo, ela fez parte de grupos estudantis e pelos direitos civis, e é conhecida como feminista. Ela se converteu "milagrosamente" em uma moderada, ao ponto de ser convidada por Macri para participar do seu governo liberal. Tendo sido parte do seu primeiro partido fundado em 2005, o Proposta Republicana, ela já se declarava "conservadora" há 18 anos atrás e sempre junto de Macri. Maurício Macri é um jovem líder do Fórum Econômico Mundial, fato ratificado pela boca do próprio fundador do Fórum, Klaus Schwab, em 2017. Como político, Macri se vendeu como um liberal econômico, uma via que o coloca nos gostos do isentismo político, pois não o torna nem conservador, nem estatista, e o deixa à vontade para se posicionar sobre os mais diversos temas. Durante sua campanha em 2015, Macri fez aliança com a ala conservadora da Argentina, e prometeu que não avançaria agendas identitárias e progressistas ratificando seu compromisso pela defesa da vida e da família. Mesmo que seu histórico como prefeito de Buenos Aires indicasse o contrário de seu compromisso enquanto político, pois durante sua gestão da capital argentina ele promoveu as paradas do orgulho gay diversas vezes. Os conservadores, no entanto, se contentaram, uma vez que a luta pela legalização do aborto estava ganhando ímpeto na América Latina.