IP, 13/12/2023
O líder pró-China das Ilhas Salomão acusou “agentes de potências ocidentais” e inimigos obscuros de tentarem “derrubar” o seu governo nesta quarta-feira, disparando o tiro de partida numa controversa tentativa de reeleição.
O primeiro-ministro Manasseh Sogavare liderou a empobrecida ilha do Pacífico durante quase cinco anos e – tendo adiado as eleições uma vez – procura a reeleição numa plataforma de laços calorosos com Pequim.
Sogavare fez um discurso inicial inflamado aos eleitores nesta quarta-feira, dizendo ao parlamento que o seu país estava no centro de uma “guerra geopolítica” entre a China, em rápida ascensão e as potências ocidentais que ele pintou como arrogantes e ultrapassadas.
Acusando os Estados Unidos de terem um “complexo de superioridade geopolítica”, Sogavare reivindicou o fim da hegemonia americana no Pacífico.
“Precisamos acordar. Esses dias acabaram”, disse ele, ao mesmo tempo que apontava o investimento chinês como um meio de acabar com a dependência do seu país da ajuda externa.
A economia das Ilhas Salomão foi duramente atingida pela pandemia de Covid-19, pela inflação e pelo aumento dos preços das matérias-primas.
Tem um défice orçamental anual superior a seis por cento do PIB, de acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional para 2023.
Desde que assumiu o cargo, Sogavare cortou relações com Taiwan e estabeleceu formalmente relações com Pequim.
No ano passado, ele assinou um pacto de segurança secreto com a China que os Estados Unidos e a Austrália temem que possa dar a Pequim uma posição militar no Pacífico Sul.
Ele convidou a polícia chinesa a se deslocar para as Ilhas Salomão e tem visitado repetidamente Pequim.
Os críticos acusaram Sogavare e o seu partido de corrupção e de usarem o apoio político e econômico da China para garantir o seu controle no poder.
Sogavare rejeitou essas acusações nesta quarta-feira, dizendo que foi alvo de “mentiras fabricadas por agentes das potências ocidentais”, que deveriam “perceber que os seus dias de domínio e cegueira do povo deste país acabaram”.
“Tenho que ficar na história deste país como o primeiro-ministro mais odiado, o mais xingado e o mais falsamente acusado”, disse ele.
“Estou disposto a ir para a prisão se for provado que cometi algum erro contra a lei."
“Estou surpreso com o quão baixo as pessoas podem ir na sua campanha de ódio contra a parceria que as Ilhas Salomão estabeleceram com o grande país da República Popular da China.”
As eleições eram esperadas no início deste ano, mas foram adiadas depois que Sogavare afirmou que não seria possível realizar uma votação até que as Ilhas Salomão sediassem os Jogos do Pacífico, de novembro a dezembro.
Espera-se que o Parlamento seja dissolvido no final deste mês, abrindo caminho para eleições no primeiro trimestre do ano. Ainda não há data.
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Fonte:https://insiderpaper.com/solomons-pm-hits-out-at-western-agents/
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