VOE, 18/01/2024
Demanda crescente de bunker e preços em alta na África e Mediterrâneo: consequências de ataques no Mar Vermelho.
O aumento da demanda por bunker e a alta dos preços na África e no Mediterrâneo são resultado da crescente tendência de navios se desviando do Mar Vermelho para evitar possíveis ataques, de acordo com a Reuters. Essa mudança nas rotas de navegação, provocada por ataques da milícia houthi do Iêmen, está causando alterações nos padrões de abastecimento.
Portos em Maurício, África do Sul, Ilhas Canárias e outros locais distantes estão experimentando um aumento repentino na demanda por bunkers de combustíveis. Espera-se também que os navios abasteçam mais em Cingapura e Roterdã, os portos de bunkers mais movimentados, para mitigar a incerteza em torno das mudanças de rota.
Os ataques da milícia houthi, mirando uma rota que lida com 15% do tráfego marítimo global entre a Europa e a Ásia, levaram centenas de embarcações a se desviar pelo extremo sul da África, resultando em tempos de viagem mais longos.
A demanda por bunker aumentou notavelmente em portos como Port Louis em Maurício, Gibraltar e portos nas Ilhas Canárias e África do Sul. Em Cape Town e Durban, as vendas tiveram um salto significativo. O preço do combustível bunker de baixo teor de enxofre entregue em Cape Town subiu 15%, para quase US$ 800 por tonelada métrica, desde meados de novembro, quando os ataques começaram.
Navios porta-contêineres foram os primeiros a se desviar do Mar Vermelho, e agora os petroleiros e os graneleiros secos também estão seguindo o exemplo. Esse redirecionamento está levando a uma maior demanda de bunker nos portos do Mediterrâneo Ocidental, com expectativas de que os portos africanos excedam a capacidade. Embora Cingapura e Roterdã ainda não tenham visto um aumento na demanda, prevê-se que as compras aumentem nas próximas semanas, à medida que os navios buscam preços de combustível competitivos.
Em meados de janeiro, os prêmios spot para combustível bunker de baixo teor de enxofre entregue prontamente em Cingapura subiram para US$ 25 a US$ 30 por tonelada métrica, acima das cotações de carga, refletindo um aumento de cerca de US$ 20 no início de janeiro. A indústria está monitorando de perto a situação em evolução e seu impacto nos mercados globais de navegação e combustível.
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