24 de set. de 2023

O que é o Grupo Democracia e Liberdade de ex-presidentes e políticos?





Como velhos políticos do Establishment estão criando frentes para frear os conservadores enquanto a velha esquerda desfalece.

O grupo Democracia e Liberdade é formado por ex-presidentes, como o chileno, Sebastián Piñera, o argentino, Mauricio Macri, os colombianos, Andrés Pastrana e Iván Duque, além dos mexicanos Vicente Fox e Felipe Calderón, a atual candidata a presidência da Argentina (e ex-guerrilheira), Patricia Bullrich, o senador Eduardo Girão e o menos importante, o ex-juiz da Lava Jato e ministro da Justiça, Sérgio Fernando Moro. 

O grupo declara que defende uma agenda antipopulista, democrática, contra as ditaduras, anticorrupção, a favor de um progressismo e economia de mercado bem estruturada, justa e sustentável



Este grêmio basicamente é uma terceira via e um contraponto ao CPAC brasileiro. Em vez de conservador, o grupo se declara de centro-direita, o que basicamente o torna social democrata, ou centro-esquerda. O grupo afirma também se preocupar com questões ambientais e de sustentabilidade, o que necessariamente o coloca dentro do programa da ONU dos ODS. Muito pouco se sabe a respeito de algumas figuras desse grupo, porque na direita brasileira, principalmente na mídia alternativa, há uma grave deficiência de interesse por informações de bastidores das políticas desses países. Exceto Sérgio Moro e Patricia Bullrich, os demais membros não têm um escrutínio ótimo da mídia tradicional, e da mídia de direita independente também.  

O ex-presidente colombiano Iván Duque, por exemplo, é hoje um dos maiores defensores do movimento ESG na América Latina, tendo declarado isso prontamente durante e depois de sua presidência desastrosa da Colômbia. Duque se define como um liberal, e foi alçado ao poder pelos ex-presidentes, Álvaro Uribe Vélez e Juan Manuel Santos. Duque sempre admirou o modelo de sociedade aberta de Karl Popper, o qual George Soros também adotou e se inspirou para criar sua fundação de mesmo nome. Mas ao se lançar ao pleito, ele não seguiu essa agenda, pois era impopular na Colômbia.

Durante sua campanha presidencial, ele dizia que reaveria os acordos com as FARC para torná-los mais justos. Ele nunca disse que desfaria os acordos, mas que os reavaliaria à luz das vítimas do grupo guerrilheiro. O tempo passou, ele foi eleito, e os acordos foram firmados à revelia das vítimas, com poucos guerrilheiros sendo responsabilizados pelos seus crimes. Não obstante, os guerrilheiros que não foram penalizados ganharam direito a cadeiras cativas no Senado da república, onde puderam fazer parte do sistema político sem terem um único voto sequer. Duque fez um governo medíocre de segurança pública, e até decidiu desarmar os colombianos devido ao aumento do crime nas capitais do país. Seu governo basicamente foi transitório para pôr os guerrilheiros no poder. Ele apenas ratificou os acordos com as FARC nos termos mais injustos possíveis. No final do seu mandato Legalizou o uso da maconha para fins industriais – o que era de grande interesse de Soros, já que é um precedente para o uso recreativo – e comprometeu o país aos acordos climáticos firmados na gestão Santos. 

Sebastián Piñera, ex-presidente centrista do Chile, quase sempre era descrito pela mídia chilena como "de direita". Uma alcunha que ele rejeitou reiteradas vezes publicamente nos meios de comunicação. Piñera foi o responsável pela confusão constituinte no Chile, após uma série de atos terroristas de grupos estudantis ter incendiado o país. Piñera simplesmente premiou os grupos políticos que apoiaram os atos de terror com a convocação para o plebiscito. O resultado foi um "sim" favorável a votação, muito mais pelo medo, do que pela convicção da precisão de uma nova constituinte. Seu governo foi um governo de centro, recheado de políticas a favor de pautas identitárias, como ideologia de gênero, através da chamada identidade de gênero. Piñera fez o típico governo de centro, onde apanha noite e dia da extrema-esquerda e a imprensa, mas sempre passa um ar de apaziguamento. Motivo pelo qual a proposta da nova constituinte nasceu. 

Tal como na Colômbia, a direita inexiste no Chile, tendo apenas poucas figuras proeminentes que você pode chamar minimamente de direita. Contudo, a divisão em ambos os países está bem estabelecida entre sociais-democratas e comunistas. Alguma variação surge desses dois ramos, com alguns grupos se declarando mais ao centro, que é aonde se localizam sociais-democratas e socialistas inconformados pela lentidão da implementação da agenda. 

Sérgio Moro estar no meio não é surpresa, pois ele precisa manter vivo seu papel como político, em vez de juiz. Seu casamento com esse grêmio centrista é um evento perfeitamente natural, uma vez que sua agenda tende ao Globalismo. Assim, onde os grupos de esquerda ainda no poder e com a velha escola do Foro de São Paulo falhar, esses centristas estarão apostos para se posicionar como solução para sua ineficiência, tal como Guillermo Lasso – atual presidente do Equador e outro participante – fez com Rafael Correa após seu autoexílio para não ser preso. A velha política vermelha do continente não está preocupada com questões de sustentabilidade, como quer a camarilha de Washington, portanto, políticos tais como o chileno Gabriel BoricXiomara Castro (Honduras) e Bernardo Arévalo (Guatemala) são a "nova esquerda" que passou a gozar de prestígio, e representar a mudança no lado esquerdo do espectro político.

O papel dessas pessoas é substituir a agenda autocrática e internacionalista de regimes como os dos Kirchner, dos Massistas de Evo Morales, por uma agenda internacionalista centrada na mudança estrutural ao nível global das sociedades. Os velhos políticos estão sendo pressionados a se adaptarem ou terem seus processos desarquivados em alguma jurisdição de Nova York. Por isso Biden apoia com fervor o PT no poder, pois Lula está seguindo as duras penas a agenda, pois o tempo para concluí-la está se esgotando, e os favores estão começando a ser cobrados. Diferentemente dos infelizes ex-presidentes Cartes do Paraguai e o ex-vice Velázquez, Lula está são e salvo.

Enquanto for do interesse dos EUA, Lula não será tocado, e nenhum processo sobre seus magnânimos casos de corrupção e conluio com o narcotráfico serão abertos, assim como de clãs como os Zelaya em Honduras. O motivo do Foro de São Paulo prosperar não é só porque juízes corruptos de países membros engavetam seus processos, mas porque países que têm liderança política e econômica, como os EUA, mantém as gavetas fechadas a sete chaves para que nunca haja uma abertura de inquérito para início de conversa. Para entender como Lula e companhia limitada está comendo nas mãos dos americanos, basta ver na prática como implementam a agenda. 

A agenda verde não é do interesse da China ou da Rússia, mas dos EUA e outros luminares do Globalismo. Ao implementá-la, Lula cria um paradoxo na cabeça das pessoas que só veem as coisas nos termos do Foro de São Paulo, mas não nos de Davos, e a agenda 2030. Quando a direita brasileira critica o Globalismo, normalmente o faz nos termos de ideologia de gênero, e agendas identitárias, mas raramente nos termos dessa agenda especificamente. Qualquer político que predique apenas uma centelha das agendas: ESG, fim do papel-moeda e renda básica universal, basicamente está do lado dessas mesmas pessoas. Ou passamos para a próxima fase logo do debate, ou ficaremos inertes diante de um prato de insetos, sendo doutrinados por meio de comerciais da ONU sobre como viver bem sendo mendigos na Nova Ordem Mundial.  

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