Reuters UK, 30 de abril de 2019
LONDRES (Reuters) – O presidente iraniano, Hassan Rouhani, assinou um projeto de lei na terça-feira, declarando todas as forças dos Estados Unidos no Oriente Médio como sendo terroristas, e o governo norte-americano como patrocinador do terrorismo.
A lei foi aprovada pelo parlamento na semana passada em retaliação à decisão do presidente Donald Trump este mês por designar a Guarda Revolucionária da elite do Irã como sendo uma organização terrorista estrangeira.
Não ficou claro qual o impacto da nova lei iraniana sobre as forças dos Estados Unidos ou suas operações no Oriente Médio.
Rouhani instruiu o ministério da inteligência, o Ministério das Relações Exteriores, as forças armadas e o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã a implementar a lei, informou a mídia estatal.
A lei rotula especificamente como uma organização terrorista o Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) responsável pelas operações militares dos Estados Unidos no Oriente Médio e no Afeganistão.
“Essas duas forças (Guardas e CENTCOM) que são designadas como grupos terroristas reciprocamente podem se confrontadas (uma com a outra) no Golfo Pérsico ou em qualquer outra região. Os Estados Unidos certamente serão responsáveis por tal situação”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, à agência de notícias estatal IRNA na terça-feira.
Os Estados Unidos já colocaram na lista negra dezenas de entidades e pessoas por sua afiliação com as Guardas, mas até a decisão de Trump não essa organização como um todo.
Compreendendo um número estimado de 125 mil militares com unidades militares, navais e aéreas, a Guarda Revolucionária (IRGC) também comanda a Basij, uma força paramilitar voluntária religiosa, e controla os programas de mísseis balísticos do Irã. As forças Quds no exterior também fazem parte dos Guardas que lutaram contra as guerras por procuração do Irã na região.
As relações de longo prazo entre Teerã e Washington pioraram em maio de 2018, quando Trump abandonou um acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências mundiais, alcançado antes de tomar posse, e voltou a impor sanções.
Os comandantes das Guardas Revolucionárias disseram repetidamente que as bases norte-americanas no Oriente Médio e os porta-aviões norte-americanos no Golfo estão dentro do alcance dos mísseis iranianos.
Rouhani disse na terça-feira que a República Islâmica continuará a exportar petróleo, apesar das sanções dos Estados Unidos que visam reduzir os embarques do país para zero.
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