Gospel Notícias, 26 de novembro de 2018
Por Jarbas Aragão
Ao todo, mais de 100 pessoas foram mortas por extremistas no último ano
Jihadistas muçulmanos continuam deixando um rastro de violência em Moçambique. Na última sexta-feira (23), 12 pessoas, incluindo crianças e mulheres, morreram em uma localidade isolada da região norte do país. A onda de violência provocou a fuga de milhares de moradores para a vizinha Tanzânia. A maioria são cristãos que temem ser as próximas vítimas.
Os habitantes do vilarejo de Chicuaia Velha, a poucos quilômetros da fronteira tanzaniana, relatam que durante a invasão, seus parentes foram assassinados com golpes de machado ou dentro de suas casas incendiadas pelos islâmicos.
“Aconteceu um ataque contra um vilarejo do distrito de Nangane, em uma zona onde as forças de segurança não fazem patrulha. Os agressores mataram 12 pessoas”, confirmou uma fonte policial da província de Cabo Delgado à Agência France Press.
Um policial que coordena as operações contra os extremistas diz que eles “Usam estratégias de guerrilha atacando quase simultaneamente várias localidades distantes. Então é difícil controlar a situação”.
Há cerca de um ano, grupos islâmicos que defendem a aplicação literal do Alcorão, espalham o terror em Cabo Delgado, província do norte do país. Inicialmente foi divulgado que o conflito estava “fora de controle”, algo negado pelo governo.
O ex-subsecretário de Estado adjunto para Assuntos Africanos dos EUA, Johnnie Carson, admitiu que a ideologia extremista estava se espalhando ao longo da costa leste africana. Os ataques na região de Cabo Delgado são atribuídos a um grupo identificado como al-Shabab, que não possui ligações conhecidas com o homônimo da Somália.
O método é quase sempre o mesmo: homens armados entram em um vilarejo e matam – às vezes decapitam – moradores, roubam o que podem e incendeiam tudo.
O ataque da sexta-feira foi o quarto no mês de novembro. Em 14 de novembro, o chefe do vilarejo de Nagulué, no distrito de Macomia, foi decapitado, vários moradores feridos e suas casas destruídas. Ao todo, mais de 100 pessoas foram mortas pelos “shababs” desde outubro de 2017.
A polícia já prendeu quase 200 pessoas acusadas de participação em ataques. Entre os réus estão cidadãos da Tanzânia, Somália e República Democrática do Congo (RDC).
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