Gospel Notícias, 12 de outubro de 2018
Por Jarbas Aragão
Asia Bibi afirma que apenas defendeu sua fé em Jesus durante uma discussão com vizinhas
Nesta sexta-feira (12), milhares de islâmicos foram às ruas de diferentes cidades do Paquistã para reivindicaram a execução imediata da cristã Asia Bibi, 53 anos. Presa desde 2010, ela foi condenada à morte por supostamente insultar o profeta Maomé. Ela sempre negou que seus comentários tenham sido desrespeitosos, tendo apenas destacado que seguia o profeta Jesus.
O processo de Bibi se arrasta há anos e a Suprema Corte analisou esta semana outro recurso contra sua pena. Novamente, o anúncio de um veredito final foi adiado.
A imprensa divulgou que cerca de mil integrantes do partido político islâmico Tehreek-e-Labbaik Pakistan (TLP) deu início aos protestos na cidade de Lahore. Aos gritos, pediam que a “infiel Asia” fosse enforcada. O movimento também teve apoio em cidades importantes como Karachi, centro econômico do país.
Zubair Ahmad, porta-voz do TLP, divulgou um vídeo ameaçando os três juízes da Suprema Corte que analisaram a apelação da defesa. “Os seguidores do profeta farão com que eles [os juízes] enfrentem seu castigo se Asia for declarada inocente”, bradou.
O motivo dos magistrados para adiar o veredito foram as contradições nas declarações das testemunhas sobre o ocorrido. Asia, mãe de cinco filhos, foi levada à justiça de seu país após algumas vizinhas terem dito que ela insultou Maomé durante uma discussão. Elas não apresentarem provas, mas por ser cristã, a palavra da acusada não tem valor.
Devido à força da lei antiblasfêmia, a cristã sempre teve dificuldades em provar sua inocência. O ex-governador da província de Punjab, Salman Tasir, foi assassinado por radicais por tê-la defendido. Os termos vagos da lei, que não especifica o que constitui uma blasfêmia, já permitiu que cerca de mil pessoas tenham ido a julgamento desde 1986, quando passou a ser constitucional. Em muitos casos eram acusações contra membros da minoria cristã, menos de 2% da população.
A força política do TLP é evidente, uma vez que elegeu dois deputados com uma plataforma baseado na defesa da pena de morte para os blasfemadores. Com informações de Daily Mail
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