LifeSiteNews, 20 de setembro de 2017
Por Lisa Bourne.
CANBERRA, Austrália, 20 de setembro de 2017 (LifeSiteNews) – Uma empresa de entretenimento infantil australiana demitiu uma jovem mulher por ela ter dito nas redes sociais que “o certo é votar Não” a respeito do atual referendo do país sobre o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo.
A dona da empresa Capital Kids Parties, Madlin Sims, pode ter violado as leis de discriminação ao demitir uma jovem de 18 anos, porque Sims disse que a visão da ex-funcionária era uma pregação de ódio, informou o The Guardian.
A jovem conhecida até o momento como Madeline disse em várias entrevistas na mídia que ela foi demitida porque a sua visão cristã não permitia que ela votasse "sim" no referendo australiano sobre o “casamento” gay que ocorrerá por correspondência. O plebiscito ocorre de 12 de setembro a 07 de novembro.
Sims postou no Facebook que demitiu um membro de sua equipe que tornou publica a sua opinião da razão para “votar Não”, e que ela interpretou aquilo como discurso de ódio. A conta na mídia social estava inativa até o momento.
“Publicar o seu desejo de votar, Não [contra o casamento de mesmo sexo] é, aos meus olhos, discurso de ódio”, disse Sims.
Ela disse que “houve conversas anteriores”, então não foi um caso de “você votar no não, você está despedida”.
Sims disse que ter um funcionário que estava totalmente “fora de sintonia com questões do orgulho gay” expressando os seus pontos de vista sobre o homossexualismo era um risco para os seus clientes e que, um voto “Não” equivalia a ser homofóbico.
“Não está certo votar Não”, afirmou. “Não está certo ser homofóbico. Não é uma questão de opinião ou de religião”.
O irmão de Sims teria pedido a Madeline que retirasse a mensagem do Facebook, mas Madeline não recebeu nenhuma explicação da empresa Capital Kids Parties até que ela foi demitida.
Bill Shorten da Coalizão para o Casamento se recusou a comentar este caso específico, mas disse: “As pessoas não devem ser demitidas de seu emprego por ter diferentes pontos de vista sobre a igualdade no casamento”.
“A segurança do emprego das pessoas não deve ser ameaçada por isso”, disse ele. “Ninguém deve ter o seu emprego em risco porque votou Sim ou Não”.
O artigo do The Guardian diz que a Comissão de Direitos Humanos do Território da Capital Australiana (ACT) afirmou que pode ser considerado ilegal demitir um empregado ou contratante por causa de suas opiniões religiosas e políticas, juntamente com suas opiniões sobre identidade de gênero ou sexualidade.
“Você pode trazer a uma queixa com base nisso”, disse a comissária de discriminação, Karen Toohey. “Isso é uma decisão que cabe ao tribunal civil e administrativo da ACT [determinar]”.
Tanto a professora associada a Universidade de Sydney Belinda Smith, como Tim Lyons, pesquisador do grupo de reflexão progressista Per Capita [Think-Tank], disseram que a lei protege as visões políticas e religiosas dos empregados e contratantes. Independentemente de apoiarem ou se opuserem ao “casamento” gay.
“Se as convicções religiosas são um atributo a ser protegido – como estão no [ACT] – , em geral, não é permitido despedir alguém por essas convicções. Isso poderia constituir direta discriminação”, disse Smith.
Ela observou, porém, que os empregadores “geralmente podem prescrever o que os trabalhadores podem ou não podem dizer ou fazer no trabalho diante dos clientes”.
Lyons, também ex-secretário do Conselho Australiano de Sindicatos, disse que era “importante notar que a lei de discriminação funciona nos dois sentidos”.
As leis que proíbem a discriminação com base em convicções religiosas ou políticas de uma pessoa protegem os dois lados, disse Lyons.
“Enquanto os seus pontos de vista não ameaçarem ou intimidarem as pessoas no local de trabalho... não sendo discurso de ódio, então você tem todo o direito de dar as suas opiniões”, disse ele. “A ironia é que as pessoas à direita protestando em voz alta contra o chamado politicamente correto também terão os seus direitos protegidos por essas leis”.
“Dizer 'o certo é votar Não' foi uma maneira bastante gentil de declarar uma visão que não é de ódio ou calúnia” disse Katharine Gelber, professora da Universidade de Queensland e especialista em liberdade de expressão.
Qualquer suposta violação da política do empregador irá depender se o empregado ou contratante foi identificado com o empregador em sua conta de mídia social, disse Gelber.
“Não é incomum para os empregadores, particularmente no serviço público, ter diretrizes rígidas sobre questões políticas”, disse ela. “Os empregadores estão cada vez mais controlando as opiniões de seus empregados nas mídias sociais, o que pode ser visto como um excesso”.
Uma pesquisa recente realizada pela empresa internacional de pesquisa de mercado, YouGov, indicou que 59% dos australianos se dizem a favor da alteação da lei para permitir o “casamento” do mesmo sexo, com apenas 33% dizendo que não eram favoráveis e 9% dizendo que não sabiam. Uma pesquisa do The Guardian Essential divulgada na mesma época teve 55% favorecendo a legalização do “casamento” gay e 34% se opondo.
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