Ataque já foi reivindicado pelo Estado Islâmico
Um atentado, já reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico, numa manifestação pacífica em Cabul provocou a morte de, pelo menos, 61 pessoas e ferimentos em outras 207, disse hoje um porta-voz do Ministério da Saúde do Afeganistão.
"Infelizmente, o número aumentou para 61 mortos e 207 feridos", indicou à agência de notícias francesa AFP o porta-voz do Ministério, Mohammad Ismail Kawoosi. O anterior balanço do ataque suicida apontava para cerca de 30 mortos.
Um fotógrafo da AFP que se encontrava no local viu "dezenas de corpos", muitos dos quais "desmembrados".
"Quando cheguei havia dezenas de corpos, contei mais de 20, alguns totalmente desmembrados", relatou o fotógrafo.
"Vi outros corpos mutilados perto de um veículo das forças especiais da polícia. Há um mar de sangue por todo o lado", acrescentou.
Um porta-voz adjunto do Ministério da Administração Interna do Afeganistão disse que a explosão se devia "certamente a um atentado suicida cometido por um kamikaze que se deslocava a pé" no meio da multidão.
Milhares de manifestantes, principalmente da comunidade hazara chiita (o Afeganistão é maioritariamente sunita), desfilaram desde o início da manhã, de forma pacífica, para protestar contra um projeto de uma linha de alta tensão que ignora o seu território, na província de Bamiyan, no centro do país.
Para os dirigentes hazaras, este traçado é um novo sinal de descriminação da sua comunidade e da sua província, o menos desenvolvido do Afeganistão.