IP, 17/02/2025
O chefe da Organização Mundial da Saúde insistiu nesta segunda-feira que era "agora ou nunca" para firmar um acordo global histórico sobre o combate a futuras pandemias, apesar da retirada dos Estados Unidos das negociações.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que nenhum país poderia se proteger sozinho da próxima pandemia — três dias depois de o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, notificar formalmente a agência de saúde das Nações Unidas de que não participaria mais das negociações sobre o acordo pandêmico.
“Estamos em um momento crucial, enquanto vocês avançam para finalizar o acordo sobre pandemias a tempo para a Assembleia Mundial da Saúde”, em maio, disse Tedros aos Estados-membros da OMS na abertura da 13ª rodada de negociações, que durará uma semana, na sede da organização em Genebra.
"É realmente uma questão de agora ou nunca. Mas estou confiante de que vocês escolherão ‘agora’, porque sabem o que está em jogo."
Uma sessão adicional de uma semana está prevista para finalizar o acordo antes da assembleia anual de tomada de decisões da OMS.
Em dezembro de 2021, temendo uma repetição da devastação causada pela Covid-19 — que matou milhões de pessoas, sobrecarregou os sistemas de saúde e colapsou economias — os países decidiram elaborar um novo acordo sobre prevenção, preparação e resposta a pandemias.
Embora grande parte do texto do rascunho tenha sido acordada, ainda existem disputas sobre algumas disposições-chave, especialmente no que diz respeito ao compartilhamento de acesso a patógenos com potencial pandêmico e à distribuição equitativa dos benefícios derivados deles, como vacinas, testes e tratamentos.
“Vocês se lembram das lições duramente aprendidas com a Covid-19, que deixou cerca de 20 milhões de nossos irmãos e irmãs mortos e continua matando.
"É por isso que estamos aqui — para proteger as futuras gerações do impacto das próximas pandemias", disse Tedros.
"A próxima pandemia não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’. Há lembretes disso por toda parte — Ebola, Marburg, sarampo, mpox, influenza e a ameaça da próxima ‘Doença X’."
Horas após reassumir o cargo em 20 de janeiro, Trump assinou uma ordem executiva para iniciar o processo de um ano de retirada dos EUA da OMS, uma organização que ele criticou repetidamente por sua gestão da Covid-19.
A ordem também declarou que, durante o processo de retirada, Washington "cessaria as negociações" sobre o acordo pandêmico.
Tedros afirmou que Washington notificou formalmente a OMS na sexta-feira sobre sua retirada das negociações do acordo.
"Nenhum país pode se proteger sozinho. Acordos bilaterais só levam até certo ponto", disse Tedros, acrescentando que prevenção, preparação e resposta são responsabilidades de todas as nações.
"Assim como lamentamos a decisão de se retirar da OMS, lamentamos essa decisão e esperamos que os EUA reconsiderem", afirmou.
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Fonte:https://insiderpaper.com/now-or-never-for-pandemic-accord-says-who-chief-after-us-pulls-out/
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