IP, 06/01/2025
Várias dezenas de soldados ucranianos desertaram enquanto estavam em treinamento na França, informou um oficial do exército francês à AFP nesta segunda-feira.
"Ocorreram um certo número de deserções, mas elas permanecem muito marginais, considerando o volume de pessoas que passaram pelo treinamento", declarou o oficial.
"Eles estavam em quartéis franceses, tinham o direito de sair."
Segundo o oficial do exército francês, os soldados ucranianos treinados na França estavam sujeitos a um regime disciplinar "imposto pelo comando ucraniano".
"Não criminalizamos a deserção na França", afirmou o oficial.
"Se alguém desertou, um promotor francês não tinha autoridade para prender esse indivíduo. E o direito concedido às autoridades ucranianas em solo francês é apenas um direito disciplinar."
O exército francês treinou, em território francês, 2.300 soldados de uma brigada chamada "Ana de Kyiv", em homenagem a uma princesa nascida em Kyiv que se casou com o rei francês Henrique I no século XI.
A maioria dos soldados eram recrutas sem experiência de combate. Eles foram acompanhados por 300 supervisores ucranianos.
Os outros 2.200 soldados da brigada foram treinados na Ucrânia.
Mais cedo nesta segunda-feira, o comandante das forças terrestres da Ucrânia admitiu que havia "problemas" com a unidade militar, após relatos de que muitos de seus soldados haviam desertado.
A unidade foi uma das várias formadas no ano passado enquanto a Ucrânia buscava fortalecer suas preparações para possíveis novas ofensivas russas.
"Sim, há problemas, estamos cientes deles", disse Mykhailo Drapaty, comandante das Forças Terrestres, sobre a unidade Ana de Kyiv, o nome informal da 155ª Brigada Mecanizada, em declarações à imprensa, incluindo a AFP.
O jornalista ucraniano proeminente Yuriy Butusov escreveu em dezembro que 1.700 soldados fugiram da brigada sem entrar em combate, e que 50 escaparam durante o treinamento na França.
Questionado sobre o relato de Butusov, Drapaty disse: "Eu não vou refutá-lo."
Ele afirmou que "alguns dos fatos apresentados realmente ocorreram", embora "talvez não na escala e abrangência apresentada".
"Eu realmente não vejo o que poderia ser descrito como abuso de poder", comentou o oficial francês.
"Em qualquer caso, nada veio à tona sobre os ucranianos estacionados na França ou o que aconteceu durante essas sessões de treinamento."
Ele insistiu que o treinamento foi realizado de acordo com os desejos dos ucranianos, em termos de "equipamento" e "tempo de treinamento".
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