SCTD, 27/12/2024
Vegetarianos que consomem alternativas de carne à base de plantas podem enfrentar maiores riscos de depressão e inflamação, embora esses alimentos reduzam o risco de Síndrome do Intestino Irritável (SII). Mais pesquisas são necessárias para confirmar esses achados e suas implicações mais amplas.
Há evidências crescentes de que alimentos ultraprocessados (UPFs, na sigla em inglês) podem prejudicar nossa saúde. Mas e quanto à dieta vegetariana? Os UPFs ainda são preocupantes?
As alternativas de carne à base de plantas (PBMAs, na sigla em inglês), uma escolha comum entre vegetarianos, são classificadas como alimentos ultraprocessados e podem trazer riscos semelhantes.
Um estudo inovador publicado na Food Frontiers por pesquisadores da Universidade de Surrey, revelou que vegetarianos que consumiam PBMAs tinham 42% mais risco de desenvolver depressão, em comparação com vegetarianos que evitavam esses produtos.
O estudo, liderado por Hana Navratilova, analisou dados do UK Biobank e não encontrou diferenças notáveis na ingestão de sódio, açúcares livres, açúcar total ou ácidos graxos saturados entre os vegetarianos que consumiam PBMAs e os que não consumiam. No entanto, descobriu-se que aqueles que consumiam PBMAs apresentavam maior pressão arterial, níveis mais altos de proteína C-reativa (PCR), um marcador de inflamação, e níveis mais baixos de apolipoproteína A, uma proteína associada ao HDL, o "bom" colesterol. Por outro lado, o consumo de PBMAs foi associado a uma redução de 40% no risco de Síndrome do Intestino Irritável (SII).
Perspectivas de Especialistas e Limitações do Estudo
A professora Nophar Geifman, da Escola de Ciências da Saúde da Universidade de Surrey e autora sênior do estudo, afirmou:
"Os resultados gerais são tranquilizadores, sugerindo que as alternativas de carne à base de plantas podem ser uma opção segura quando fazem parte de uma dieta equilibrada. No entanto, a possível ligação entre esses alimentos, inflamação e depressão exige investigação adicional."
O estudo apresentou algumas limitações devido aos dados coletados, predominantemente de uma população branca no Reino Unido, e à coleta de informações dietéticas apenas no início do estudo, sem levar em conta possíveis mudanças ao longo do tempo.
O professor Anthony Whetton, coautor do estudo e membro da Escola de Medicina Veterinária da Universidade de Surrey, destacou:
"As alternativas de carne à base de plantas ultraprocessadas podem ser uma maneira útil para as pessoas fazerem a transição para uma dieta vegetariana de forma eficaz, contribuindo para práticas agrícolas sustentáveis. Mais pesquisas, incluindo estudos longitudinais e ensaios com populações mais diversas, são necessárias para confirmar esses achados e a relação entre alimentos vegetarianos e humor."
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Fonte:https://scitechdaily.com/new-research-links-plant-based-meat-to-depression/
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