IP, 04/10/2024
O presidente francês, Emmanuel Macron, nesta sexta-feira, pediu à comunidade internacional que evite “dois pesos e duas medidas” nos conflitos globais, incluindo o Oriente Médio e a Ucrânia, ao abrir uma cúpula de líderes francófonos.
Macron insistiu que os países de língua francesa poderiam, juntos, fazer uma contribuição importante para a paz mundial, mesmo enquanto analistas apontam que a influência global da França está diminuindo, especialmente na África.
“Acredito profundamente que o mundo francófono é, sim, um lugar onde podemos ter uma diplomacia conjunta que defenda a soberania e a integridade territorial em toda parte do planeta”, disse Macron.
“É um lugar que fala a mesma língua sobre a Ucrânia, que está sendo atacada hoje, ameaçada em suas fronteiras e em sua integridade territorial pela guerra de agressão russa”, acrescentou.
“Mas também defende uma visão onde não há espaço para dois pesos e duas medidas, onde todas as vidas são iguais para todos os conflitos em todo o mundo”, continuou ele.
Macron já havia expressado alarme em relação à campanha de Israel no Líbano contra alvos do grupo militante xiita Hezbollah, dizendo que o número de vítimas civis era “absolutamente chocante”.
Em seu discurso, ele afirmou que o Líbano, uma ex-colônia francesa, “hoje está abalado em sua soberania e paz”, à medida que o conflito entre Israel e o Hezbollah se intensifica.
“Não pode haver paz no Oriente Médio sem uma solução de dois estados” entre Israel e os palestinos, acrescentou.
Referindo-se à China, sem nomeá-la, Macron também defendeu uma “região pacífica” no Indo-Pacífico “onde nenhum poder pode colocar essa paz em questão”.
Os líderes reunidos na sexta-feira em um castelo em Villers-Cotterêts, nordeste de Paris, e no sábado na capital francesa, para a cúpula da “Francofonia”, evento realizado pela primeira vez na França em 33 anos.
Os líderes presentes vão desde o presidente da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, até o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.
A influência da França na África foi enfraquecida por golpes em Mali em 2021, Burkina Faso em 2022 e Níger em 2023, que resultaram na substituição de governos pró-Paris por juntas que se aproximaram da Rússia. Nenhum dos novos governos desses países foi convidado.
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Fonte:https://insiderpaper.com/frances-macron-warns-against-double-standards-in-world-conflicts/
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