Euronews, 17/05/2022
Por Shona Murray
O maior grupo parlamentar do Líbano, liderado pelo Hezbollah, perdeu a maioria no Parlamento. Os resultados finais das legislativas do último domingo foram anunciados esta terça-feira. Os candidatos da coligação liderada pelo movimento xiita pró-iraniano ganharam 62 dos 128 assentos, três lugares a menos do que o necessário para garantir a maioria.
O Hezbollah manteve os seus próprios assentos, mas o Movimento Patriótico Cristão Livre do Presidente Michel Aoun perdeu o apoio. Um partido cristão rival com laços estreitos com a Arábia Saudita, as Forças Libanesas, obteve ganhos e candidatos independentes prometendo reformas ganharam 13 assentos.
O governo libanês garante que as eleições foram justas, mas a missão de observação da União Europeia diz que “nem tudo funcionou de forma democrática”. O grupo que representa o bloco europeu divulgou uma declaração preliminar sobre o processo eleitoral. O texto denuncia uma compra generalizada de votos por dinheiro ou transações e revela que alguns partidos deram às pessoas bens materiais, como geradores ou combustível, em troca de votos. A missão de observação diz que há relatos de intimidação dos eleitores em centros de votação, focos de violência e obstrução de certos candidatos, particularmente candidatas do sexo feminino. A União Europeia considera que a realização de eleições é um aspeto positivo, dado o contexto em que o Líbano se encontra, mas diz que todo o processo “ficou muito aquém dos padrões internacionais”.
Nota do editor do blog: mas será mesmo que o Hezbollah perde por conta dessas eleições? O Partido de Alá não controla só uma ala política do Líbano, ele tem o poder das armas, e pode desestabilizar o país quando quiser. A crise não está no fato de ter dois partidos divididos em castas religiosas, mas no fato de um dos partidos ter poder armado, e que pode se insurgir contra o estado. Isso torna a situação caótica, e propícia para uma guerra civil que, ou tira o Hezbollah de fato do poder, ou torna o país um palco de guerra sem fim, onde quem emergir com força será o governante de fato. Outra coisa engraçada são os observadores internacionais: a União Europeia vê centenas de fraudes, e diz que as eleições ficaram "aquém dos padrões internacionais". Talvez se refiram aos padrões americanos, onde os votos são enviados pelos correios e podem ser fraudados, além de ter autorização de voto para estrangeiros ilegais. Ou talvez o europeu, como o alemão, por exemplo, onde um dos candidatos foi acusado de corrupção, e mesmo assim, assumiu a chancelaria como o homem mais integro do sistema mais puro do mundo. Por que não? Afinal, Ursula Von Der Leyen é corrupta, e ocupa o cargo máximo da Comissão Europeia, de onde ela pode mandar observadores para fazer vista grossa a eleições fraudulentas. Claro que seu caso já foi jogado para debaixo do tapete, tudo em nome da governabilidade da Europa, que está acima da transparência e integridade fiscal do estado alemão. Só o fato de atores internacionais estarem clara, e ativamente se intrometendo, deveria ser um sinal de alerta. Mas vindo da União Europeia eu não esperaria menos.
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Fonte:https://pt.euronews.com/2022/05/17/hezbollah-perde-a-maioria-no-parlamento-do-libano
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