Forças pró-governamentais nos subúrbios de Trípoli. |
DN, 10 de abril de 2019
Missão da União Europeia de Assistência à Gestão Integrada das Fronteiras na Líbia (EUBAM) recebeu ordem de retirada devido à falta de condições de segurança. Combates na capital intensificam-se e milhares de pessoas estão em fuga.
O diretor da Capacidade Civil de Planeamento e Planeamento da União Europeia, brigadeiro Vincenzo Coppola, deu ordens à única missão europeia na Líbia para se retirar para Tunes na sequência do alastrar do conflito entre o governo de União Nacional (GNA) e o Exército Nacional da Líbia (LNA). A informação foi avançada pelo militar ao DN.
Estabelecida em 2013, a Missão da União Europeia de Assistência à Gestão Integrada das Fronteiras na Líbia (EUBAM) trabalhou até 2018 com sede na capital tunisina. Em dezembro de 2018, o Conselho Europeu aumentou as responsabilidades da missão. Instalada por fim em Trípoli, a EUBAM passou a ter como meta o apoio às autoridades líbias para desmantelar as redes de criminalidade organizada envolvidas no tráfico de seres humanos e no terrorismo.
Mas a ofensiva do Exército Nacional da Líbia, comandada por Khalifa Haftar, deixou a EUBAM "sem interlocutor nem condições de segurança", como Vincenzo Coppola disse ao DN, pelo que a missão, composta por 20 operacionais e liderada pelo italiano Vincenzo Tagliaferri, retira-se para Tunes.
No terreno, as forças de Haftar estão a lutar contra os soldados leais ao primeiro-ministro Fayez al-Serraj nos subúrbio da capital e junto ao antigo aeroporto internacional, que já tinha sido atacado pela aviação. Nos últimos dias morreram 50 pessoas, segundo a ONU, mas esses números já estarão desatualizados.
Milhares de pessoas têm fugido da capital nas últimas horas. Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, há meio milhão de crianças em risco
Haftar tem o apoio mais ou menos explícito de países como o Egito, Emirados Árabes Unidos, Rússia e França. O governo de União Nacional é reconhecido pelas Nações Unidas e pela UE. Além destas forças, há ainda várias milícias e o Estado Islâmico.
A ONU suspendeu sine die a realização de uma conferência nacional, marcada para os dias 14 e 15 em Gadamés, que tem como objetivo sentar as duas fações à mesa e marcar eleições.
A retirada do pessoa civil da União Europeia foi antecedida, no domingo, pela saída de parte do contingente militar dos Estados Unidos. A nota do Comando das Forças Armadas em África (AfricCom) não especificou o número de soldados que retirou nem o seu destino.
O enviado das Nações Unidas Ghassan Salamé permanece em Trípoli, mas parte do pessoal também saiu para a vizinha Tunísia.
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