Africanews, 29 de abril de 2019
Pelo menos cinco pessoas, incluindo um pastor, morreram após um ataque a uma igreja protestante em Burkina Faso, no domingo.
Relatos das autoridades de segurança locais dizem que o ataque ocorreu em Silgadji, a 60 km de Djibo, a capital da província de Soum, no norte do país.
“Indivíduos armados não identificados atacaram a igreja Protestante de Silgadji, matando quatro fiéis e o pastor titular. Pelo menos duas outras pessoas estão desaparecidas”, disse uma fonte de segurança à AFP na segunda-feira.
Este é o primeiro ataque a uma igreja desde 2015, a data de pelo menos dois ataques jihadistas a prelados cristãos e muçulmanos.
“O ataque ocorreu por volta das 13:00, conforme fiéis estavam deixando a igreja no final do culto”, disse um membro anônimo da igreja à AFP. “Os terroristas estavam em motocicletas. Eles dispararam tiros ao ar antes de atacar os fiéis”, disse a testemunha.
Nos últimos quatro anos, Burkina Faso enfrentou ataques cada vez mais frequentes e mortais, atribuídos a grupos jihadistas, incluindo o Islã Ansarul, o Grupo de Apoio aos Muçulmanos (GSIM) e o Estado Islâmico do Grande Saara (EIGS).
Inicialmente concentrados no norte do país, esses terroristas atacaram a capital e outras regiões, particularmente o leste, e mataram cerca de 350 pessoas desde 2015, de acordo com uma pesquisa da AFP.
Na sexta-feira, seis pessoas, incluindo cinco professores, foram mortas em Maitaogou, uma localidade na região leste da província de Koulpélogo.
Os ataques regularmente visam líderes religiosos, principalmente no norte do país. Em meados de março, o padre Joel Yougbaré, sacerdote de Djibo no norte do país, foi sequestrado por indivíduos armados. Seu corpo foi encontrado perto de Djibo, segundo moradores da cidade, embora a igreja católica que relatou seu desaparecimento não tenha confirmado a informação.
Em 15 de fevereiro, o padre César Fernandez, missionário salesiano de origem espanhola foi morto em um ataque armado aribuído a jihadistas em Nohao, no centro-leste de Burkina Faso.
Em maio de 2018, o catequista Mathieu Sawadogo e sua esposa foram sequestrados em Arbinda e libertados em 14 de setembro. Antes deles, Pierre Boena, pastor da igreja protestante em Beléhouro, também havia sido sequestrado e libertado em junho de 2018.
Vários imames também foram assassinados por jihadista no norte. De acordo com fontes de segurança, eles foram “considerados não radicais o suficiente” por jihadistas ou “acusados de colaborar com as autoridades”.
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