Observador, 28 de novembro de 2018
Rússia acrescentará um sistema de mísseis antiaéreos S-400 aos três já instalados na península, após o incidente no fim de semana com navios ucranianos no Mar Negro, anunciou fonte governamental.
As forças armadas russas estão a reforçar os mecanismos de defesa na península da Crimeia com mais mísseis antiaéreos, após o incidente no fim de semana com navios ucranianos no Mar Negro, anunciou fonte do Ministério da Defesa em Moscovo.
A agência de notícias Interfax noticiou esta quarta-feira que o coronel Vadim Astafyev, alto funcionário do Ministério da Defesa russo, declarou que a Rússia acrescentará um sistema de mísseis antiaéreos S-400 aos três já instalados na península.
O anúncio é feito após embarcações russas terem apreendido no domingo três navios militares ucranianos — duas pequenas lanchas blindadas e um rebocador –, tendo feito uma vintena de prisioneiros no estreito de Kerch, que liga o Mar Negro ao Mar de Azov.
Este incidente armado fez também diversos feridos entre os ucranianos — seis, segundo Kiev, e três, segundo Moscovo — e desencadeou reações de condenação na Ucrânia e em vários dos seus aliados ocidentais.
A Ucrânia afirmou que os seus navios operavam de acordo com as regras marítimas internacionais, enquanto a Rússia alegou que estavam a violar as suas águas territoriais. As autoridades ucranianas divulgaram esta quarta-feira o que disseram ser o local exato onde os seus navios foram apreendidos pela Rússia, demonstrando que estavam em águas internacionais.
Um tribunal da Crimeia ordenou na terça-feira que 12 dos 24 marinheiros ucranianos fossem mantidos sob custódia. Outros marinheiros da Ucrânia devem ser hoje apresentados em tribunal.
Lei marcial em vigor
O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, promulgou esta quarta-feira a lei marcial na Ucrânia, devido à crescente tensão com a Rússia. A lei estará vigente durante 30 dias em dez regiões fronteiriças e na zona costeira do país.
Nos últimos meses, Kiev e o Ocidente têm com regularidade acusado a Rússia de deliberadamente “colocar entraves” à navegação de barcos comerciais ucranianos entre o mar Negro e o mar de Azov.
A Rússia anexou em 2014 a península ucraniana da Crimeia e é acusada por Kiev e pelo Ocidente de apoiar militarmente os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, num conflito que já fez mais de 10.000 mortos.
Moscovo nega o seu envolvimento militar, apesar das numerosas provas recolhidas por diversos órgãos de comunicação social internacionais.
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