20 de ago. de 2018

Europa: Rezar em Espaços Públicos

Gatestone, 19 de agosto de 2018 






  • Esses países árabes sabem mais do que a Europa que para conter o fundamentalismo islâmico é crucial controlar a rua.
  • O fato de 140 mil muçulmanos terem recentemente se reunido na Inglaterra para um evento de reza na rua, organizado por uma mesquita conhecida por seu extremismo e ligações com terroristas jihadistas, não deveria alarmar somente as autoridades britânicas, mas também as de outros países europeus.


Há poucos meses, uma convulsão global tomou conta da mídia depois que católicos poloneses tomaram parte em um evento de uma reza pública com a enorme participação da população ao redor do país. A BBC considerou-a "controversa" por conta "de apreensões segundo as quais ela poderia ser vista como endosso à recusa do Estado à entrada de migrantes muçulmanos".

A mesma polêmica, no entanto, não tomou conta da Grã-Bretanha quando 140 mil muçulmanos rezaram no Small Heath Park de Birmingham, em um evento organizado pela Green Lane Mosque para celebrar o fim do Ramadã.


A França está discutindo se deve ou não bloquear a reza nas ruas. "Rezas nas ruas não serão permitidas, vamos impedir a reza nas ruas" declarou o ministro do interior Gerard Collomb.

"O espaço público não pode ser tomado desta forma", salientou a presidente do conselho regional de Paris, Valérie Pécresse, que liderou um protesto de vereadores e deputados. Na Itália centenas de muçulmanos rezaram ao lado do Coliseu, rezas muçulmanas foram realizadas em frente à Catedral de Milão.

Os números falam por si. Quando os muçulmanos em toda a Europa celebraram o último dia do mês sagrado do Ramadã com rezas públicas, as praças da cidade de Nápoles (Itália) a Nice (França), transbordaram de fiéis. O evento anual de Birmingham começou em 2012 com 12 mil fiéis. Dois anos depois o número de fiéis saltou para 40 mil. Em 2015, já era 70 mil. Em 2016, chegou a 90 mil. Em 2017 atingiu 100 mil. Em 2018, o número foi de 140 mil. E no ano que vem?

"Ao passo que as duas igrejas (locais) estão praticamente vazias, a mesquita da Brune Street Estate enfrenta um problema bem diferente, a superlotação", observou The Daily Mail, ao expor a situação em que se encontra Londres.

"A mesquita em si é um pouco maior do que uma pequena sala alugada em um centro comunitário, a sua capacidade máxima é de apenas 100 pessoas. No entanto, às sextas-feiras, o número de fiéis se multiplica três a quatro vezes, de modo que os fiéis acabam se concentrando na rua, onde ocupam o mesmo espaço da igreja quase vazia de St. Mary, um pouco mais adiante".

A reza na rua não é uma manifestação "normal" da legítima liberdade ocidental de culto. Nesses eventos públicos alguns muçulmanos extremistas, ao que tudo indica, apresentam uma alternativa ao secularismo europeu.

O que isso tem a ver com o Oriente Médio e com o Norte da África? Na Tunísia é proibido rezar na rua. No Egito, a pregação na rua em "frente a 20 mil mesquitas" foi proibida durante todo o Ramadã. "Salafistas e membros da Irmandade Muçulmana assumiram o controle de muitas dessas mesquitas e continuaram a usá-las como plataformas para difundir seus equivocados conceitos religiosos", destacou Jaber Taya, porta-voz do Ministério da Beneficência Religiosa do Egito. Esses países árabes estão cansados de saber que para conter o extremismo é crucial controlar a rua.

Em Birmingham, uma das cidades mais islamizadas da Inglaterra, a grande concentração para a reza pública anual ocorreu sob a liderança da Green Lane Mosque, sede da organização radical Markali Jamat Ahi Hadith, filiada ao teoricamente "moderado" Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha. A Green Lane Mosque não só proíbe as mulheres de usarem calças ou acessarem o Facebook, como também seus oradores pregam o ódio aos não muçulmanos. O discurso de Abu Usamah, um dos principais imãs da mesquita, foi gravado dizendo: "Osama Bin Laden, ele é melhor que mil Tony Blairs, porque é muçulmano", "Alá criou a mulher, mesmo que ela tenha um Ph.D, ainda assim é deficiente. Seu intelecto é incompleto", defendendo mais adiante que os homossexuais deveriam ser "jogados" montanha a baixo.

Um artigo no jornal francês Le Figaro conclui:

"Birmingham é a segunda maior cidade da Inglaterra, perdendo apenas para Londres. Sua população chega a quase um milhão de habitantes, metade é de imigrantes, um quarto são muçulmanos. No conhecido bairro de Small Heath, localizado a leste do centro da cidade, quase 95% da população é muçulmana.

"As inúmeras mesquitas proporcionam uma ampla gama de práticas, desde o sufismo até o salafismo mais radical, como é o caso da Mesquita Salafista... Lojas exibem diferentes horários de funcionamento que correspondem às rezas diárias..."

"As livrarias são religiosas. As agências de viagens garantem férias 'amigáveis aos muçulmanos' com destinos onde os clientes, em especial as mulheres, têm acesso a hotéis com áreas e piscinas segregadas por gênero, onde as mulheres podem se banhar preservando seu recato".

Pode até não ser coincidência que muitos Jihadistas britânicos vieram de Birmingham que é chamada de "capital jihadista da Grã-Bretanha". A revista francesa L'Obs publicou uma reportagem investigativa sobre os islamistas franceses que se mudam para Birmingham para desfrutarem de um ambiente mais livre e multicultural.

O fato de 140 mil muçulmanos terem recentemente se reunido na Inglaterra para um evento de reza na rua organizado por uma mesquita conhecida pelo seu extremismo e ligações com terroristas jihadistas não deveria alarmar somente as autoridades britânicas, mas também as de outros países europeus.


Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.

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