GMA, 04 de julho de 2018
Por Virgil Lopez
Os rebeldes comunistas reafirmaram na quarta-feira o compromisso de remover o presidente Rodrigo Duterte do cargo, depreciando a suposta “política externa independente” do presidente-executivo, que visa reduzir a dependência dos Estados Unidos.
O Partido Comunista das Filipinas (CPP) fez a declaração no 72° aniversário do Dia da Amizade Filipino-Americana no dia 04 de julho, que coincidiu com o 242º aniversário de independência americana do domínio britânico.
De acordo com o CPP, a promessa de Duterte em 2016 de diminuir a dependência dos Estados Unidos, que antes criticavam sua guerra contra as drogas, não se traduziu em política.
“Nos últimos dois anos, ele perpetuou o governo neocolonial dos Estados Unidos no país”.
“Apesar de suas histriônicas e antiamericanas declarações dramáticas, de uma ‘política externa independente’ e da teatralidade de ‘mudança para a China e a Rússia’ no início do seu mandato, ele provou não ser diferente dos anteriores presidentes fantoches desde 1946, defendeu a regra semicolonial dos Estados Unidos”, acrescentou.
O CPP citou a nomeação de Duterte de gerentes econômicos que são “defensores da política neoliberal” que “impedem o desenvolvimento econômico nacional e agravam a opressão e a exploração das massas trabalhadoras e camponesas, bem como dos assalariados de renda média”.
Da mesma forma, mencionou a alegada recusa de Duterte de revogar os acordos como o Tratado de Defesa Mútua de 1951, o Acordo das Forças de Visita de 1998 e o Acordo de Cooperação de Defesa Reforçada de 2014.
“Ele também não fez nenhum protesto formal contra a presença de tropas e assessores militares dos Estados Unidos no país. Os exercícios de guerra em Balikatan, que sintetizam o comando e o controle militar das Forças Armadas das Filipinas, foram realizados duas vezes desde que Duterte declarou que não os queria mais”, disse o CPP.
“Só neste ano, vários porta-aviões e navios de guerras com capacidade nuclear atracaram nas águas filipinas, incluindo o USS Carl Vinson e o destróier de mísseis guiados USS Michael Murphy, o navio de ataque anfíbio USS Bonhomme Richard e o USS Ronald Reagan”.
“Através de seus agentes”, os Estados Unidos pressionaram o governo Duterte a cancelar as negociações de paz com a Frente Nacional Democrática das Filipinas, o braço político do Partido Comunista da China.
O partido convidou o povo filipino a “expor e se opor às maquinações implacáveis do regime norte-americano-duterteano com o objetivo de manter o status das Filipinas como uma forte presença neocolonial da potência hegemônica dos Estados Unidos na Ásia-Pacífico”.
“O povo filipino e suas forças revolucionárias reafirmam sua determinação de avançar a luta pela libertação nacional e social, buscar a derrubada do imperialismo norte-americano e do regime fantoche de Duterte e estabelecer um Estado democrático popular totalmente independente”, afirmou.
O presidente fundador do CPP, José Maria (Joma) Sison [mentor de Duterte] disse anteriormente que o movimento comunista estaria melhor trabalhando pela saída de Duterte e se preparando para as negociações de paz com o próximo governo.
O CPP também advertiu que Duterte será forçado a sair de Malacañang “por meio de um surto de ações de protesto antifascistas ou de outros meios”.
Duterte ignorou a ameaça de Sison, e Malacañang aconselhou o líder comunista auto-exilado Joma a parar de sonhar em expulsar Duterte, dizendo que ele ficou fora por muito tempo ao ponto de estar fora de contato com as realidades do país.
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