Rappler, 18-19 de dezembro de 2016.
Por Carmela Fonbuena.
Os rebeldes comunistas pediram há muito tempo a abolição do Oplan Bayanihan, que alegam estar por trás de supostas violações de direitos humanos cometidas pelos militares em campo.
MANILA, Filipinas – A campanha de contra-insurgência das forças filipinas “Oplan Bayanihan” termina este mês, preparando o caminho para um novo plano de campanha que levará em conta as conversações de paz em andamento com os rebeldes comunistas.
É uma decisão política que vai agradar os guerrilheiros comunistas, que há muito tempo fazem campanha contra a Bayanihan.
“Vamos implementar o novo plano de campanha a partir de janeiro de 2017. Não haverá lançamento oficial, mas o CSAFP (chefe de Estado-Maior das Forças Armadas das Filipinas General Eduardo Año) deverá anuncia-lo em seu discurso de aniversário”, disse a AFP o coronel Edgard Arevalo, chefe do Departamento de Assuntos Públicos, o domingo, 18 de dezembro.
A AFP festeja o seu 81º aniversário na quinta-feira 21 de dezembro. O presidente Rodrigo Duterte deve liderar a celebração em Camp Aguinaldo, em Quezon City.
Uma fonte privada da preparação do novo plano de campanha disse que refletirá as ordens de Duterte aos militares para apoiar as negociações de paz com os rebeldes comunistas.
O Plano Interno de Paz e Segurança (IPSP) Bayanihan, ou “Oplan Bayanihan” é um documento público detalhando a estratégia militar sob a administração anterior de Aquino para tratar de ameaças de segurança. É uma ramificação de Oplan Bantay Laya, na qual campanha de contra-insurreição sob a administração de Arroyo, foi responsabilizado pelas matanças extrajudiciais dos ativistas políticos naquele tempo.
Oplan Bayanihan apoiava as negociações de paz com a Frente Moro de Libertação Islâmica, enquanto procurava derrotar o Grupo Abu Sayyaf e o então ex-grupo terrorista estrangeiro Jamaah Islamyah (JI), seguindo uma política de não-negociação.
No caso do Novo Exército do Povo (NPA), o grupo armado do Partido Comunista das Filipinas (CPP), os militares procuraram diminuir o grupo armado até que se torna-se “irrelevante”, para que então os rebeldes fossem forçados a abandonar a luta armada e voltassem para a mesa de negociações.
As forças armadas [AFP] acreditam que Oplan Bayanihan “limpou” várias áreas onde o NPA esteve presente. As forças armadas reivindicam que os rebeldes estão agora abaixo de 2.000 combatentes armados.
O NPA e as organizações esquerdistas, por outro lado, culpam Oplan Bayanihan por supostas violações dos direitos humanos cometidas pelos militares em campo. Eles haviam pedido há muito tempo a sua abolição, intensificando sua campanha contra ela depois que as negociações de paz foram retomadas.
As conversações entre os rebeldes comunistas e a administração Duterte foram retomadas em agosto. Elas abriram o caminho para um cessar-fogo unilateral sem precedentes entre os militares e o NPA, que tem sido mantido por 4 meses, embora ambos os lados tenham feito queixas. O governo também deu anistia aos prisioneiros políticos.
Se os problemas forem resolvidos, um cessar-fogo mais estável será assinado antes da 3ª rodada de negociações em janeiro.
O CPP e o NPA são responsáveis pela mais longa insurreição comunista na Ásia. O CPP está celebrando o seu 48º aniversário em 26 de dezembro por meio de “comícios de paz” em todo o país.
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