Gatestone, 09 de junho de 2018
Por Judith Bergman
- Se de um lado é considerado "repreensível" falar no Ocidente sobre as reais consequências da migração, na Suécia agora é visto como crime.
- O tipo de 'integração' que a mesquita em Växjö está, ao que consta, difundindo aos habitantes muçulmanos locais é a exortação aos muçulmanos a não participarem das comemorações natalinas dos "kuffars" (termo depreciativo usado para se referir aos "infiéis") e os judeus são, como não podia deixar de ser, mencionados como inimigos de Alá. A escola da mesquita usa currículos escolares da Arábia Saudita e encoraja as mulheres a não se vestirem com roupas ocidentais.
- "O silêncio passou a ser a norma estabelecida dentro de certos grupos de habitantes" naquelas áreas... Há pressão de parentes e comunidades religiosas para não se contatar as autoridades e sim fazer uso de sistemas alternativos locais, como por exemplo a mesquita. Às vezes, as gangues criminosas locais até orientam os moradores a ligarem para eles em vez ligarem para a polícia a fim de minimizar a presença de policiais na região. — BRÅ, Conselho Sueco de Prevenção ao Crime
- Parece, cada vez mais, que será a Suécia que irá se integrar à cultura islâmica.
Em 2017, o relatório da polícia sueca "Utsatta områden 2017", ("Regiões Vulneráveis 2017 ", mais conhecidas como "zonas proibidas" ou "terra sem lei") mostrou que há 61 regiões desse tipo na Suécia. Elas englobam 200 redes criminosas, contando com cerca de 5 mil criminosos. Dessas regiões 23 eram particularmente críticas: crianças com menos de 10 anos participavam de crimes graves, com uso de armas e drogas. A maioria dos habitantes era composta de imigrantes não ocidentais, principalmente muçulmanos.
No último relatório do BRÅ (Brottsförebyggande Rådet): "Relacionamento com o Judiciário em Regiões Socialmente Vulneráveis", o Conselho Sueco de Prevenção ao Crime mostra que mais da metade dos habitantes dessas áreas, cerca de 500 mil pessoas, acreditam que os criminosos afetam a vida da coletividade intimidando a comunidade a não se apresentar como testemunhas, a não chamar a polícia, a não se movimentar livremente e a não intervir diante de vandalismo. Os moradores temem as repercussões oriundas dos criminosos locais, não apenas contra si mesmos, mas também contra membros de suas famílias.
Segundo o BRÅ, "o silêncio passou a ser a norma estabelecida dentro de certos grupos de habitantes" naquelas áreas. O novo relatório também observa a existência de sistemas jurídicos paralelos. Dos residentes dessas regiões, 12% disseram que há pressão de parentes e comunidades religiosas para não se contatar as autoridades e sim fazer uso de sistemas alternativos locais, como por exemplo a mesquita. Às vezes, as gangues criminosas locais até orientam os moradores a ligarem para eles em vez ligarem para a polícia a fim de minimizar a presença de policiais na região. Esses sistemas alternativos parecem lidar com todos os crimes que têm a ver com "reputação" e "honra", mas também lidam com outros crimes, como chantagem e roubo. Problemas de relacionamento, incluindo divórcio e guarda de filhos, também são frequentemente tratados pela mesquita local. O BRÅ ressalta que esses sistemas alternativos são muitas vezes "marcadamente patriarcais", tolhendo os direitos das mulheres e das crianças.
Desde 2005, quando da publicação do último documento, o BRÅ, que é responsável pelas estatísticas de criminalidade na Suécia, se recusou a divulgar os dados sobre a identidade étnica dos criminosos. Não obstante, o jornal sueco Expressen publicou recentemente uma reportagem segundo a qual dos 32 casos de estupro coletivo julgados em 2016 e 2017, 42 dos 43 estupradores eram migrantes ou seus descendentes, 32 nasceram no exterior. Dez nasceram na Suécia, sendo que um dos pais ou ambos nasceram no exterior. A idade média deles era de 21 anos na época do crime sendo que 13 deles tinham menos de 18 anos.
Segundo Stina Holmberg, do conselho de investigação e pesquisa do BRÅ, não há urgência em realizar um novo estudo sobre a criminalidade dos migrantes, embora o último estudo tenha sido em 2005. O que é necessário agora, de acordo com Holmberg, é a "integração" dos migrantes, que ela acredita acabará com os crimes. Segundo ela, os 42 migrantes culpados de estupro coletivo fazem parte da parcela irrelevante de migrantes se comparada a todos os 163.000 migrantes que pediram asilo em 2015.
Em fevereiro, Peter Springare, policial sueco salientou que o estupro coletivo é um novo fenômeno cultural na Suécia, consequência dos últimos 10 a 15 anos da política de imigração.
"Há também os de etnia sueca envolvidos em estupro coletivo, mas não na mesma proporção dos criminosos nascidos no exterior", afirmou Springare. Por causa desses comentários, Springare foi denunciado à polícia, que divulgou um comunicado que conduziria uma investigação interna sobre os comentários. A Secretária Geral da Sociedade de Direito da Suécia, Anne Ramberg, salientou que os comentários de Springare eram "praticamente racistas". Se de um lado é considerado "repreensível" falar no Ocidente sobre as reais consequências da migração, na Suécia agora é visto como crime.
O governo sueco, no entanto, parece não titubear quanto ao perigo de ocorrerem mais estupros coletivos e outros crimes cometidos por migrantes. O governo propôs uma legislação que permitirá que 9 mil menores desacompanhados, principalmente do sexo masculino, obtenham permissão de residência temporária na Suécia caso aceitem frequentar o ensino médio ou já estejam matriculados, sendo que ao que consta cerca de 7 mil, na realidade, tinham mais de 18 anos naquela época, portanto, não eram menores de idade que tiveram suas solicitações de asilo negadas e que deveriam ter sido deportados. Salta aos olhos que mesmo aqueles que estão entre os 9 mil, cujas identidades não foram verificadas, ao que tudo indica porque eles não têm documentos, também terão permissão para ficar.
Tanto a polícia como os tribunais de migração suecos teceram duras críticas à legislação, principalmente porque ela viola a lei sueca que exige que aqueles que quiserem permanecer no país tenham condições de se identificarem de forma contundente. Minimizar este requisito reduz a capacidade das autoridades suecas de saberem quem vive no país.
Em resposta, o governo argumenta que o objetivo da proposta é permitir que os 9 mil migrantes concluam os estudos ou se matriculem em instituições do ensino médio e não para solicitarem asilo. De modo que, de uma hora para a outra, os 9 mil migrantes do sexo masculino não vieram procurar asilo e sim estudar em uma escola sueca de ensino médio. Quem diria? Por qual motivo adultos do sexo masculino de identidades não verificáveis, de países estrangeiros, deveriam cursar escolas secundárias suecas continua um mistério. Estima-se que a permanência dos 9 mil 'menores' no país custe ao estado sueco cerca de dois bilhões de Coroas Suecas (US$238 milhões), isso só em 2019.
O bispo Fredrik Modeus da cidade de Växjö argumenta que a Suécia deveria "reintroduzir a possibilidade de emitir vistos de residência em circunstâncias especiais e extremamente chocantes" e que a Suécia deveria se considerar uma "superpotência humanitária": "permitir que os jovens desacompanhados permaneçam no país. Não temporária e sim permanentemente". salientou ele.
A mesquita da cidade do Bispo Modeus solicitou recentemente uma licença para fazer o chamamento público por três minutos às rezas por meio de um sistema de alto-falantes, duas vezes às sextas-feiras. Já existem duas mesquitas na Suécia que fazem esse chamamento público às sextas-feiras, uma em Botkyrka, onde a licença foi concedida em 2013 e outra em Karlskrona. O líder muçulmano local, Imã Ismail Abu Helal, disse que o chamamento à oração fará com que os muçulmanos se integrem melhor na sociedade sueca. "Aplaudo a solicitação e não vejo a hora de ouvir tanto os sinos da igreja quanto os chamamentos à oração em nossa cidade", ressaltou o Bispo Modeus.
O primeiro-ministro Stefan Löfven se recusou em emitir uma opinião sobre a questão do chamamento muçulmano à oração. Ele disse que "depende da localização da mesquita" e que cabe ao município decidir. Em maio, a polícia de Växjö decidiu que a mesquita terá autorização para fazer o chamamento à oração todas as sextas-feiras durante três minutos. Na decisão, a polícia realça que a leitura se baseou em considerações de tráfego, ordem pública e segurança. "Nenhum outro aspecto foi levado em conta, como por exemplo, o conteúdo do chamamento à oração. O Bispo Modeus ressaltou que a decisão da polícia foi sábia e ajudará na integração dos muçulmanos".
O tipo de 'integração' que a mesquita em Växjö está, ao que consta, difundindo aos habitantes muçulmanos locais é a exortação aos muçulmanos a não participarem das comemorações natalinas dos "kuffars" (termo depreciativo usado para se referir aos "infiéis") e os judeus são, como não podia deixar de ser, mencionados como inimigos de Alá. A escola da mesquita usa currículos escolares da Arábia Saudita e encoraja as mulheres a não se vestirem com roupas ocidentais e a ensinarem suas filhas a se vestirem com decência desde a infância.
Portanto, parece cada vez mais que será a Suécia que irá se integrar à cultura islâmica. Recentemente um tribunal sueco deliberou de acordo com os princípios alinhados com a Lei Islâmica (Sharia), quando o júri, que tinha dois muçulmanos entre seus membros, considerou que uma mulher que tinha sido violentamente abusada pelo marido não era confiável porque ela vinha de uma "família inferior" a de seu marido e que era "comum" as mulheres mentirem sobre abuso. O júri também a repreendeu por ela ter envolvido a polícia, em vez de resolver o problema junto à família do marido abusivo. O episódio causou um escândalo na Suécia e aqueles dois membros do júri foram posteriormente dispensados.
Em outro caso recente, uma menina muçulmana sueca de 12 anos foi levada à força ao Iraque e forçada a se casar com o primo de 22 anos, que ao que consta a estuprou, depois que ela voltou para a Suécia, deu à luz gêmeos. Sua família obrigou-a voltar ao Iraque para morar com seu "marido". Na sequência a família do marido tirou os filhos dela, depois, finalmente, concordou que ela se divorciasse. Os filhos ainda estão no Iraque. O tribunal sueco deu a este homem, cidadão iraquiano, a custódia dos gêmeos que agora já têm 10 anos de idade.
Judith Bergman é colunista, advogada e analista política.
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