Uma mulher disse à polícia que foi atacada no Parque Colombi (na foto) em Friburgo, na madrugada de sábado |
Mail, 14 de junho de 2018
Por Khaleda Rahman
Um imigrante sírio foi preso por supostamente ter estuprado uma mulher de 25 anos na mesma cidade alemã onde um homem afegão estuprou e assassinou a filha adolescente de um oficial da UE.
A vítima disse à polícia por volta das 6h30 da manhã de sábado que ela havia sido atacada no Parque Colombi, em Freiburg [Friburgo em pt], no estado de Baden-Wuerttemberg, no sudoeste do país.
Policiais e peritos forenses que faziam busca na área onde ocorreu o crime encontraram a mochila do suspeito – ocupada e com detalhes pessoais do proprietário e documentos de identificação.
Oficiais prenderam o sírio de 23 anos em uma casa de refugiados no distrito de Breisgau-Hochschwarzwald por volta das 14hs.
O caso ocorre depois que um dos casos de assassinatos mais chocantes de Freiburg chegou ao fim em março, quando o requerente de asilo, Hussein Khavari, foi condenado à prisão perpétua pelo estupro e assassinato de Maria Ladenburger.
O cidadão afegão, cuja idade e origem é incerta, estuprou e assassinou a estudante de medicina de 19 anos na cidade-universitária em outubro de 2016.
No suposto estupro de sábado, a mulher disse que já havia sido abordada por dois homens desconhecidos na estrada de ferro.
Um deles a seguiu até o parque onde supostamente a estuprou.
Ela lutou contra o abuso e finalmente conseguiu chamar a polícia enquanto o seu agressor fugia do local.
O jovem de 23 anos, que não foi identificado, foi apresentado a um magistrado e atualmente está detido. Ele nega as acusações.
Isso acontece depois de três tentativas [de estupro] em Freiburg nas últimas semanas, mas nesses casos, as vítimas conseguiram lutar contra os seus agressores.
A polícia acusou o governo de não se concentrar o suficiente na proteção às vítimas.
O presidente estadual do sindicato da polícia de Baden-Wuerttemberg, Ralf Kusterer, disse: “Temos que nos afastar da proteção do agressor para a proteção às vítimas”.
O caso de Khavani alimentou uma violenta reação pública contra o afluxo maciço de migrantes na Alemanha, especialmente quando se descobriu que ele cumpriu pena por tentativa de homicídio na Grécia antes de sua chegada ao país.
Ele empurrou Ladenburger, cujo pai é consultor jurídico sênior para a Comissão Europeia em Bruxelas, da bicicleta, quando ela estava voltando sozinha de uma festa, então a mordeu, estrangulou e repetidamente a estuprou e deixou a na margem de um rio onde ela foi afogada.
Khavari havia sido preso sete semanas após o assassinato, após uma grande perseguição na cidade perto da fronteira francesa.
A polícia encontrou um cabelo preto parcialmente tingido de loiro na cena do crime, depois avistou Khavari com seu penteado em imagens de câmeras de segurança e o ligou ao crime usando o seu DNA.
Como o crime provocou indignação pública e repulsa, os usuários de mídia social postaram mensagens sarcásticas de “agradecimento” à Chanceler Angela Merkel por sua política liberal que trouxe mais de um milhão de refugiados e migrantes para o país.
Durante o julgamento, o promotor Eckart Berger lembrou aos dois jurados sentados ao lado de três juízes que “o julgamento é sobre um criminoso e não sobre a política de refugiados da Alemanha”.
Khavari chegou à Alemanha, sem documentos de identidade, em novembro de 2015 perto do auge do afluxo de refugiados, se passando por um menor desacompanhado que afirmava ter 16 ou 17 anos do Afeganistão.
Um policial disse ao tribunal que o telefone celular e as redes sociais de Khavari sugeriam que ele morava no Irã.
Khavari foi enviado para morar com uma família anfitriã alemã na pitoresca cidade de Freiburg, na periferia da Floresta Negra, foi para uma escola local, aprendeu alemão e recebeu benefícios do estado.
Seu histórico criminoso surgiu somente após a sua prisão, onde se soube que ele já havia cometido um crime violento em maio de 2013 na Grécia, onde empurrou uma mulher de um penhasco na ilha de Corfu, deixando-a gravemente ferida.
Ele foi condenado lá em fevereiro de 2014 a 10 anos de prisão por tentativa de homicídio, mas recebeu uma liberdade condicional das prisões superlotadas da Grécia em outubro de 2015.
Ele fugiu para a Alemanha, onde as autoridades não sabia nada do seu passado criminoso porque a Grécia tinha emitido apenas um mandado de âmbito nacional e porque não foi detectada qualquer correspondência numa base de dados de impressões digitais a nível da União Europeia para requerentes de asilo.
Khavari foi inicialmente julgado como um delinquente juvenil, mas o tribunal aceitou as opiniões de especialistas, com base em raios-X e análise dentária, que ele agora está com idade entre 22 e 29 anos.
O réu havia admitido o crime, mas pediu redução de pena porque estava sob a influência de álcool e drogas – uma posição que sua defesa disse que argumentaria novamente em um recurso.
Khavari também alegou que o seu pai morreu há muito tempo em uma batalha contra os Talibãs do Afeganistão.
Mas a juiza Kathrin Schenk discou o número no celular de Khavari e contatou o pai, que contou a ela através de um intérprete que ele estava morando no Irã.
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