Asian Correspondent, 26 de março de 2017.
A Austrália e os seus aliados estão se preparando para a possibilidade de o Estado Islâmico declarar um “califado” no sul das Filipinas, segundo a ministra australiana das Relações Exteriores, Julie Bishop.
Em uma entrevista à Sky News no domingo, Bishop descreveu a ascensão do extremismo na nação do Sudeste Asiático como uma das maiores preocupações, saindo de seu recente encontro com o secretário de estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson.
Bishop disse que as autoridades estão preocupadas com cerca de 600 combatentes estrangeiros do Sudeste Asiático que sobrevivem à campanha [ofensiva] no Iraque e na Síria e voltam para casa para assumir o seu objetivo extremista.
“Isso traz a ameaça direto à nossa porta”, disse ela.
A ameaça foi de particular preocupação devido ao líder do grupo terrorista filipino Abu Sayyaf, que recentemente se declarou “Amir” (líder), pelo Estado Islâmico, disse Bishop.
Ela acrescentou que a principal preocupação da Austrália na luta contra o Estado Islâmico é tomar medidas para evitar o surgimento de um grupo semelhante após a sua derrota.
“Nós não queremos vê-lo emergir em outro lugar do mundo, caso contrário, estaremos de volta daqui há alguns anos falando sobre como derrotar um califado no sul das Filipinas, por exemplo”.
A ministra dos Negócios Estrangeiros acabou de regressar de uma visita aos Estados Unidos, na qual realizou conversações de alto nível sobre a luta contra o Estado Islâmico e a crise humanitária na Síria.
Durante a viagem, Bishop reafirmou o compromisso da Austrália com a luta contra o terrorismo internacional e destacou o importante relacionamento com os Estados Unidos.
“A relação de defesa com os Estados Unidos é absolutamente essencial, é uma parte indispensável de nossa política de defesa e segurança”, disse ela.
Como parte de sua viagem internacional, Bishop também parou nas Filipinas onde ela abordou a questão premente do Estado Islâmico com o presidente Rodrigo Duterte que compartilha suas preocupações.
Em dezembro, Duterte alertou que o Estado Islâmico planeja estabelecer um califado que abarque as Filipinas e outros países do Sudeste Aisático.
“Uma vez que eles perderem uma base terrestre (na Síria ou no Iraque)... eles vão sair, e então tentar pôr em prática o sonho de um califado, um reino que incluiria a Indonésia, Filipinas, Malásia e Brunei”, disse Rappler.
Bishop disse que Duterte tinha assegurado a sua plena cooperação sobre a questão.
“Temos vindo a assegurar que as nossas agências de segurança, e aplicação da lei e de inteligência têm os recursos de que necessitam em cooperação com outros países para selar esta ameaça terrorista da nossa região”, disse ela.
As agências de segurança e inteligência da Austrália têm trabalhado em estreita colaboração com a Indonésia, a Malásia e as Filipinas em medidas de combate ao terrorismo.
Eles também fazem parte da aliança de inteligência, The Five Eyes, que garante o compartilhamento de informações e cooperação entre a Austrália, o Canadá, a Nova Zelândia, o Reino Unido e os Estados Unidos.
Ao visitar Manila, Bishop também levantou a questão da guerra as drogas de Duterte, que tem sido uma pedra angular de sua liderança desde que ele chegou ao poder em julho do ano passado.
Os grupos de defesa dos direitos humanos criticaram a medida controversa devido à estimativa de 8.000 pessoas que foram mortas em execuções extrajudiciais como parte da sangrenta campanha.
“Ele tem a intenção de acabar com os traficantes de drogas... ele não tem remorsos, e está determinado a livrar as Filipinas do gelo (metanfetamina) e não vai parar por nada”, disse Bishop à Sky News (via AAP).
Ela disse que, durante sua visita oficial às Filipinas no início deste mês, o presidente entrou em detalhes consideráveis sobre como a droga era um dos maiores problemas enfrentados pelo seu país com 4 milhões de habitantes, particularmente jovens, viciados em metanfetamina Shabu.
Artigos recomendados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário