Um navio Avante 2200 de propriedade da Marinha venezuelana |
The Local Es, 12 de novembro de 2016.
O rei da Espanha começará sua primeira visita de Estado à Arábia Saudita no sábado, com a possível venda de cinco navios de guerra para o reino rico em petróleo no topo da agenda, o que provocou protestos de grupos de direitos.
Felipe VI será acompanhado durante a sua visita de três dias pelo chanceler Alfonso Dastis e o ministro das Obras Públicas Inigo de la Serna.
Ele foi convidado a visitar o país pelo rei saudita Salman, que subiu ao trono saudita em janeiro de 2015 após a morte de seu meio-irmão Abdullah.
O jornal espanhol mais vendido El Pais [que é um lixo] informou nesta semana que “um dos imperativos da visita” é a assinatura de um contrato com a construtora Navantia para construir cinco navios de patrulha Corveta Avante 2200 para marinha da Arábia por mais de dois bilhões de euros (US $ 2,2 bilhões).
Este seria “o maior contrato assinado “pela empresa estatal e provavelmente iria garantir o emprego de 2.000 pessoas, durante cinco anos”, acrescentou o jornal.
Contatado pela AFP, o palácio real se negou a comentar o relatório. A venda permanente de equipamento militar à Arábia Saudita por países ocidentais foi veementemente criticada por grupos de direitos humanos, que apontavam para o uso de tal equipamento em ataques mortais contra civis pelas coalizões árabes lideradas pelos sauditas no Iêmen.
A Anistia Internacional na sexta-feira pediu que o rei da Espanha bloqueie a venda de navios de guerra para a Marinha da Arábia Saudita argumentando que poderiam ser usados no Iêmen para realizar “graves violações do direito internacional humanitário”.
“Eles estão a bombardear hospitais, escolas públicas, centros de saúde, entre outras infraestruturas cheias de pessoas”, disse o diretor do grupo na Espanha, Esteban Beltran, em uma postagem de vídeo no Twitter.
Ele pediu que Felipe use sua influência com o rei Salman “para parar os ataques aéreos contra civis no Iêmen”.
Em janeiro outros grupos, incluindo o Greenpeace e Oxfam enviaram uma carta aberta para o governo espanhol opondo-se à possível venda de navios de guerra para a Arábia Saudita.
A coalizão liderada pelos árabes interveio no Iêmen em março de 2015 para apoiar o governo do presidente Abedrabbo Mansour Hadi depois que os rebeldes Huthi [terroristas] invadiram grande parte do país empobrecido.
Mais de 7.000 pessoas foram mortas – mais da metade deles civis – no conflito, enquanto que outros três milhões estão deslocados e cerca de 70% da população precisa de ajuda alimentar.
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