Por Rodrigo Barbosa
Mau augúrio para as negociações indiretas previstas para arrancar amanhã em Genebra, na véspera do quinto aniversário do conflito devastador na Síria: o regime de Bashar al-Assad excluiu abordar a questão do futuro do presidente, depois da oposição ter afirmado que o processo de transição política no país só pode ser iniciado com “a queda ou morte” do chefe de Estado.
Uma posição expressa pelo líder rebelde salafista Mohammed Alloush; o chefe negociador da oposição síria denunciou também “mais de 350 violações da trégua por parte do regime nos últimos 14 dias”. Para Alloush, “isto prova que o regime violou o cessar-fogo de uma forma que, na realidade, deve ser chamada de não respeito dos compromissos”.
O endurecimento no tom da oposição recebeu uma resposta clara do chefe da diplomacia síria. Walid Moualem afirmou que Assad representa “uma linha vermelha” intransponível nas negociações e criticou mesmo o enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, frisando que “nem ele, nem mais ninguém tem o direito de falar em eleições presidenciais”. Moualem acrescentou que a referência a eleições feita pelo enviado das Nações Unidas acerca da ordem do dia das discussões previstas de 14 a 24 de março se “opõe”, na sua opinião, “a todos os documentos nos quais está baseado o diálogo previsto”.
Os Estados Unidos e a Rússia, que patrocinaram o cessar-fogo, dizem que tem sido respeitado em grande parte da Síria, mas continuam a registar-se combates em várias frentes.
Os rebeldes sírios afirmaram ter abatido este sábado um avião do regime na província de Hama, no oeste do país.
Nota do editorApesar de essa guerra ter começado lá atrás, e duma maneira errada por conta do levante dos rebeldes da Prima Vera Árabe, altamente financiado pelo Ocidente, é um fato que Assad com os seus mestres russos têm feito de tudo para barrar a oposição síria. Embora eu não saiba no que consiste essa oposição, é um fato que, e se ela existe legitimamente, os russos estão prontos para impedi-la de chegar ao poder.Digo isso tendo em vista o grupo Syrian Network For Human, e diversas outras autoridades, que têm relatado as maquinações de Vladimir Putin pelo seu amigo Bashar al-Assad. A guerra na Síria só iniciou porque as potências quiseram, e ela terminará da mesma forma. Infelizmente, para os sírios.
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