BTB, 29/09/2025
Por Kurt Zindulka
Carteiras de identidade digitais serão introduzidas na Suíça depois que os eleitores aprovaram por pouco um referendo neste domingo.
Apesar da maioria dos cantões ter votado contra a legislação do e-ID, uma estreita maioria de 50,39% dos suíços votou a favor da introdução da identidade digital, informou o Blick.
Os eleitores já haviam rejeitado uma proposta semelhante em 2021; no entanto, após parlamentares suíços apoiarem a criação de uma identidade digital, assinaturas foram rapidamente reunidas para levar a medida novamente a plebiscito.
Ainda não se sabe se esta será a palavra final sobre o assunto, já que opositores pedem uma nova votação devido ao resultado extremamente apertado.
Críticos da Lei Federal de Identidade Eletrônica alertaram que a tecnologia utilizada é insuficiente para proteger os dados dos cidadãos contra ataques cibernéticos e invasões.
Opositores também advertiram que as identidades digitais poderiam ser o início de um estado de vigilância abrangente, usado para punir críticos ou dissidentes do governo.
Já os defensores ressaltaram que o sistema será opcional, e que autoridades públicas ou empresas privadas que o utilizarem estarão proibidas de coletar mais informações do que o necessário.
O sistema foi apresentado como uma forma de os cidadãos suíços “se identificarem digitalmente de maneira segura, rápida e simples”.
As identidades digitais, que funcionarão como um aplicativo de smartphone, serão usadas para acessar serviços governamentais, comprovar idade e permitir transações virtuais, como abrir uma conta bancária ou iniciar um contrato de telefonia móvel.
O governo também planeja usar o sistema para introduzir passagens digitais de transporte e, possivelmente, desenvolver um sistema de votação eletrônica (e-voting).
A decisão ocorre em meio a um acalorado debate no Reino Unido, onde existem planos semelhantes para a introdução de identidades digitais. O governo trabalhista em Londres apresentou a proposta como uma forma de impedir que imigrantes ilegais trabalhem no país.
Entretanto, críticos apontam que aqueles que já não seguem a lei — como os imigrantes ilegais — dificilmente o farão com uma identidade digital, e que a medida, na prática, afetaria apenas cidadãos cumpridores da lei. Os planos, há muito defendidos por figuras como o ex-primeiro-ministro Tony Blair, geraram forte reação popular, com mais de dois milhões de pessoas assinando uma petição contra as identidades digitais.
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