SWI, 24/03/2025
Os seres humanos podem aprender a compartilhar seus pensamentos com máquinas. Em um novo estudo, pesquisadores da Universidade de Genebra demonstraram que as chamadas interfaces cérebro-máquina, conseguem interpretar melhor os pensamentos de pessoas especialmente treinadas do que os de indivíduos sem treinamento.
Os pesquisadores esperam que essa tecnologia possibilite uma nova forma de comunicação para pessoas que perderam a capacidade de falar, como em casos de vítimas de AVC, conforme anunciado pela Universidade de Genebra nesta segunda-feira.
No estudo, os pesquisadores fixaram eletrodos no couro cabeludo de 15 voluntários para detectar e registrar as variações de voltagem no cérebro. Conectados ao sistema, os participantes tiveram que imaginar as sílabas “fo” e “gi”, ou seja, pronunciá-las apenas internamente.
A atividade cerebral foi analisada em tempo real. Os participantes recebiam um feedback visual em uma tela, que mostrava o quão bem o sistema havia compreendido as sílabas. Quanto mais clara fosse a percepção das palavras, mais a barra na tela se preenchia. O treinamento ocorreu ao longo de cinco dias.
Importância do treinamento subestimada
Apesar das diferenças individuais no progresso de aprendizado, os voluntários melhoraram significativamente sua capacidade de comunicar as duas sílabas à máquina. Esse avanço foi demonstrado no estudo publicado na revista Communications Biology. Em contraste, um grupo de controle que recebeu feedback visual de maneira irregular não apresentou o mesmo progresso.
De acordo com a universidade, essa pesquisa destaca a importância do treinamento no uso de interfaces cérebro-máquina, um fator que até então era subestimado.
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