BTB, 19/03/2025
Por Kurt Zindulka
Os documentos de imigração do Príncipe Harry para os Estados Unidos foram parcialmente divulgados na terça-feira. No entanto, eles foram fortemente redigidos, deixando questões importantes sem resposta.
Na semana passada, o juiz Carl Nichols decidiu a favor de um pedido de Liberdade de Informação apresentado pelo think tank conservador Heritage Foundation, que solicitava ao Departamento de Segurança Interna (DHS) a liberação da solicitação de visto de Harry para os EUA.
Porém, das 82 páginas disponibilizadas ao público, cerca de metade do conteúdo foi redigido e censurado, e o próprio formulário de solicitação de visto não foi incluído, supostamente para proteger a privacidade do Duque de Sussex, segundo o The Times of London.
Crucialmente, os documentos divulgados não incluíram a seção do pedido de visto que trata do uso de drogas no passado por Harry.
A Heritage Foundation sugeriu que o príncipe pode ter mentido em sua solicitação, já que ele admitiu no livro de memórias Spare (2023) ter usado cocaína, cogumelos alucinógenos e maconha.
Embora o uso passado de drogas não seja necessariamente um fator de desqualificação, mentir em um pedido de visto pode levar à sua revogação.
A liberação dos documentos na terça-feira também falhou em esclarecer qual tipo de visto o Duque de Sussex recebeu para se mudar para os Estados Unidos, após ter abandonado suas funções reais em favor de empreendimentos lucrativos em Hollywood ao lado de sua esposa.
Há especulações de que o governo Biden pode ter concedido a Harry um visto A-1, geralmente reservado para chefes de Estado de países estrangeiros e que oferece ampla proteção, incluindo imunidade contra processos criminais nos EUA.
O diretor do Margaret Thatcher Center for Freedom e representante da Heritage Foundation no caso, Nile Gardiner, declarou:
“Se esta era para ser uma nova era de responsabilidade governamental, isso não se reflete nessa divulgação.”
Ele acrescentou:
“Isso não muda o quadro geral. Não houve qualquer tentativa de responder à questão de se ele mentiu. Os documentos altamente censurados só aumentarão a pressão pública para a liberação completa da solicitação. É um absurdo alegar que a privacidade de Harry precisa ser protegida.”
Enquanto a Heritage Foundation pediu ao ex-presidente Donald Trump que interviesse pessoalmente no caso, ele afirmou no mês passado que não pretende agir para deportar o príncipe, declarando que “ele já tem problemas suficientes com a esposa. Ela é terrível.”
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