Promessa do Google de não usar IA para armas desaparece

TX, 05/02/2025

Na terça-feira, o Google atualizou seus princípios relacionados à inteligência artificial, removendo os compromissos de não usar a tecnologia para armas ou vigilância.

Os princípios revisados de IA foram publicados poucas semanas depois que o CEO do Google, Sundar Pichai, e outros gigantes da tecnologia participaram da cerimônia de posse do presidente dos EUA, Donald Trump.

Quando questionado pela AFP sobre a mudança, um porta-voz do Google fez referência a uma postagem no blog que detalha os princípios de IA da empresa, mas que não menciona as promessas originalmente apresentadas por Pichai em 2018.

"Acreditamos que as democracias devem liderar o desenvolvimento da IA, guiadas por valores fundamentais como liberdade, igualdade e respeito pelos direitos humanos", afirmou a postagem atualizada no blog sobre princípios de IA, assinada pelo chefe do Google DeepMind, Demis Hassabis, e pelo vice-presidente sênior de laboratórios de pesquisa, James Manyika.

"E acreditamos que empresas, governos e organizações que compartilham esses valores devem trabalhar juntos para criar uma IA que proteja as pessoas, promova o crescimento global e apoie a segurança nacional", continuou o texto.

Anteriormente, Pichai havia declarado que a empresa não projetaria nem implantaria a tecnologia para armas destinadas a ferir pessoas, ou para "coletar ou usar informações para vigilância de forma que viole normas internacionalmente aceitas".

Essa declaração foi removida dos princípios de IA atualizados compartilhados pelo Google na terça-feira.

Ao assumir o cargo, Trump rapidamente revogou uma ordem executiva de seu antecessor, o ex-presidente Joe Biden, que estabelecia práticas de segurança para a IA.

Agora, as empresas que competem para liderar o crescente setor de IA nos Estados Unidos têm menos obrigações a cumprir, como a exigência de compartilhar resultados de testes que indiquem que a tecnologia apresenta riscos graves para o país, sua economia ou seus cidadãos.

O Google observou em sua postagem no blog que publica um relatório anual sobre seu trabalho e progresso em IA.

"Existe uma competição global em andamento pela liderança em IA dentro de um cenário geopolítico cada vez mais complexo", disseram Hassabis e Manyika no post.

"Bilhões de pessoas estão usando IA em seu dia a dia."

Os princípios originais de IA do Google foram publicados após a reação negativa de funcionários à participação da empresa em um projeto de pesquisa do Pentágono, que explorava o uso de IA para melhorar a capacidade de sistemas de armas de identificar alvos.

O Google encerrou sua participação no projeto.

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Fonte:https://techxplore.com/news/2025-02-google-pledge-ai-weapons.html