TX, 06/12/2024
Por Bob Yirka
Uma equipe de roboticistas do Instituto de Tecnologia de Pequim, em parceria com colegas da Universidade Técnica de Munique, desenvolveu um novo tipo de robô-rato — projetado para interagir socialmente com ratos reais.
Em um artigo publicado na revista Nature Machine Intelligence, o grupo descreve como utilizou inteligência artificial para treinar o robô-rato a se comportar como um rato de verdade. Thomas Schmickl, da Universidade de Graz, na Áustria, publicou um texto de News & Views na mesma edição da revista, explicando como a equipe chinesa usou feedback loops combinados com treinamento por reforço baseado em IA, para dotar os robôs de habilidades sociais fortes o suficiente para enganar os ratos reais e fazê-los interagir com os robôs.
Livros e filmes de ficção científica há muito prometem robôs humanoides capazes de interagir com humanos de maneiras que os façam esquecer que os robôs não são humanos. Esses robôs são retratados como aptos a realizar trabalhos que os humanos preferem evitar e a oferecer companhia.
No mundo real, os robôs ainda estão longe de alcançar esse nível de habilidade. Mas os cientistas estão avançando. Neste novo esforço, a equipe na China buscou criar um robô que pudesse enganar ratos de laboratório, fazendo-os acreditar que estavam interagindo com outros ratos reais. E parece que eles conseguiram.
Pesquisas anteriores mostraram que o comportamento entre ratos pode ser agressivo ou brincalhão — ratos brigam entre si em situações de estresse. Por outro lado, ratos felizes rolam no chão lutando de brincadeira ou se acariciam com o focinho. Para que um robô enganasse um rato, ele precisaria ser convincente ao reproduzir ambos os comportamentos.
Para dar ao robô-rato uma personalidade "de rato", os cientistas integraram a ele um aplicativo de aprendizado profundo baseado em IA, e o treinaram com vídeos de ratos reais interagindo. Com o tempo, os robôs-ratos aprenderam a se comportar na presença de outros ratos. Mais do que isso, continuaram aprendendo ao serem expostos a ratos reais, recebendo reforço positivo quando tudo corria conforme o planejado.
Os pesquisadores se desviaram um pouco do modelo físico de um rato — deram ao robô um corpo parecido com um carrinho, com rodas em vez de pés e pernas. Mas o restante era bem semelhante a um rato. Sua coluna, por exemplo, podia torcer e girar como a de um rato real, e sua cabeça também se movia de maneira similar. Além disso, suas patas dianteiras podiam interagir fisicamente quase do mesmo modo que as de um rato verdadeiro.
Os testes mostraram que o robô-rato não apenas foi aceito pelos ratos reais, mas que eles também reagiam conforme esperado — encolhiam de medo quando ele demonstrava "raiva", por exemplo, e brincavam ou se aconchegavam a ele, assim como fariam com seus companheiros de gaiola em momentos de calma. A equipe de pesquisa sugere que esses robôs poderiam ser usados como agentes de pesquisa para estudar interações sociais e modular os estados emocionais de ratos reais de laboratório.
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Fonte:https://techxplore.com/news/2024-12-ai-infiltrates-rat-world-robot.html
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