BTB, 14/12/2024
BELGRADO, Sérvia (AP) – Os EUA planejam impor sanções contra o principal fornecedor de gás da Sérvia, que é controlado pela Rússia, disse o presidente sérvio no sábado.
O presidente Aleksandar Vucic informou à emissora estatal RTS, que a Sérvia foi oficialmente notificada de que a decisão sobre as sanções entrará em vigor em 1º de janeiro, mas que até agora não recebeu nenhum documento relacionado por parte dos EUA.
Autoridades norte-americanas ainda não se manifestaram sobre o assunto.
A Sérvia depende quase totalmente do gás russo, que chega ao país por gasodutos em estados vizinhos. O gás é distribuído pela Indústria Petrolífera da Sérvia (Petroleum Industry of Serbia – NIS), cuja maioria das ações pertence à estatal russa Gazprom Neft.
Vucic afirmou que, após receber os documentos oficiais, “primeiro falaremos com os americanos, depois falaremos com os russos” para tentar reverter a decisão. “Ao mesmo tempo, tentaremos preservar nossas relações amigáveis com os russos e não prejudicar as relações com aqueles que impõem sanções,” acrescentou.
Embora a Sérvia busque formalmente a adesão à União Europeia, o país se recusou a aderir às sanções ocidentais contra a Rússia devido à invasão da Ucrânia, em parte por causa das entregas cruciais de gás russo.
Vucic declarou que, apesar da ameaça de embargo, “não estou pronto, neste momento, para discutir possíveis sanções contra Moscou.”
Quando questionado se a ameaça de sanções dos EUA contra a Sérvia poderia mudar com a chegada do governo de Donald Trump em janeiro, Vucic respondeu: “Devemos primeiro obter os documentos (oficiais) e, em seguida, conversar com a administração atual, porque estamos com pressa.”
O presidente sérvio enfrenta uma das maiores ameaças de seus mais de 10 anos de governo cada vez mais autocrático. Protestos têm se espalhado por estudantes universitários e outros grupos após o colapso, no mês passado, de uma cobertura de concreto em uma estação ferroviária no norte do país, que matou 15 pessoas em 1º de novembro.
Muitos na Sérvia acreditam que corrupção desenfreada e nepotismo entre autoridades estatais levaram a um trabalho malfeito na reconstrução do prédio, que fazia parte de um amplo projeto ferroviário com empresas estatais chinesas.
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