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IWT, 08/10/2024
Por John Yelling
Dispositivo permite que pessoas com paralisia severa controlem aparelhos pessoais com um simples gesto mental.
A empresa de interface cérebro-computador (BCI) Synchron testou com sucesso seu implante cerebral em seis participantes durante um período de 12 meses. O dispositivo, chamado de Stentrode BCI, permite que os sujeitos controlem dispositivos digitais com suas mentes.
O Stentrode é implantado em um vaso sanguíneo na superfície do córtex motor do cérebro, através da veia jugular, em um procedimento minimamente invasivo por via endovascular.
Uma vez implantado, o dispositivo detecta e transmite sem fio as intenções motoras a partir do cérebro. A tecnologia permite que pessoas com paralisia severa controlem seus dispositivos pessoais com um simples gesto mental.
Recentemente, a Synchron anunciou que implantou o dispositivo no cérebro de um homem com esclerose lateral amiotrófica (ELA), permitindo que ele controlasse a assistente virtual Alexa da Amazon com sua mente.
O BCI permitiu que o participante do estudo, de 64 anos, selecionasse blocos personalizados em um tablet Amazon Fire, para realizar ações pré-programadas, como ligar e desligar luzes, fazer videochamadas, tocar músicas e shows, controlar dispositivos de automação residencial, ler livros no Kindle e fazer compras na Amazon, tudo sem usar as mãos ou a voz.
“A integração com a tecnologia inteligente e meu BCI é algo que me deixa muito animado", disse o participante, que pediu para não ter seu nome revelado. “É difícil imaginar viver no mundo moderno sem a capacidade de acessar ou controlar dispositivos conectados, como os produtos Alexa e Echo da Amazon, que são tão presentes no meu dia a dia. Poder gerenciar aspectos importantes do meu ambiente e controlar o acesso ao entretenimento me devolve a independência que estou perdendo."
O estudo Command, de 12 meses, foi apresentado no Congresso de Neurocirurgiões de 2024, em Houston, e conduzido no Sistema de Saúde Mount Sinai, em Nova York, no Instituto Vascular Gates da Universidade de Buffalo e no Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, em colaboração com a Faculdade de Engenharia da Universidade Carnegie Mellon e com o apoio da Iniciativa BRAIN do National Institutes of Health.
O estudo, que foi o primeiro ensaio clínico aprovado pela FDA de um dispositivo BCI permanentemente implantado, mostrou que os participantes não experimentaram eventos adversos graves relacionados ao cérebro ou ao sistema vascular durante o ano de implantação.
Ele também demonstrou que os sinais cerebrais relacionados à intenção motora podem ser consistentemente capturados e transformados em saídas motoras digitais. Todos os seis participantes do estudo, que tinham paralisia severa e crônica dos membros superiores, conseguiram usar o dispositivo com sucesso durante todo o período de teste.
"Os usuários foram capazes de gerar saídas motoras digitais (DMOs) com o BCI", disse Tom Oxley, fundador e CEO da Synchron. "Essas são expressões simples de intenção derivadas do pensamento, convertidas em ações digitais em computadores. Tornar os DMOs fáceis de usar, estáveis ao longo do tempo e generalizáveis em diferentes plataformas tecnológicas desbloqueará camadas de independência e autonomia para os pacientes."
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