TX, 14/05/2024
A União Europeia anunciou nesta terça-feira medidas para incentivar influenciadores a postar conteúdos que tenham um impacto "positivo" na sociedade, em meio a preocupações crescentes com a desinformação em um cenário informativo fragmentado.
Com os criadores de conteúdo online se tornando cada vez mais a fonte preferida de notícias e opiniões para os jovens na União Europeia, Bruxelas afirmou que é necessário ajudá-los a usar seu papel de maneira sábia.
Ministros dos países da UE responsáveis por cultura, audiovisual e questões de mídia aprovaram uma série de medidas para apoiar influenciadores e torná-los mais conscientes de suas responsabilidades.
Eles pediram que os países membros e a Comissão Europeia eduquem os criadores de conteúdo sobre as leis da UE que se aplicam a eles, e "para entender o potencial impacto negativo de compartilhar desinformação e informações falsas, discurso de ódio online, cyberbullying e outros conteúdos ilegais ou prejudiciais".
Os ministros também afirmaram que os influenciadores precisam ser envolvidos na elaboração de políticas da UE que possam afetá-los, "incluindo o aumento do uso de IA".
Também foi dada atenção aos "kidfluencers" — influenciadores menores de 18 anos — e como seus pais precisam garantir que eles estejam cumprindo as leis online.
Embora os influenciadores promovam comunidades online e forneçam um senso de pertencimento na internet, o conteúdo que produzem "pode potencialmente ser prejudicial, tanto para a saúde mental dos indivíduos quanto em nível societal, em áreas como a democracia", disse o Conselho da UE, representando os países membros, em um comunicado.
Adotou sua lista de recomendações para influenciadores menos de um mês antes das eleições da UE, que decidirão o próximo Parlamento Europeu e, indiretamente, os altos funcionários da próxima Comissão Europeia.
Publicidade oculta
As preocupações têm aumentado na UE sobre os esforços para manipular a opinião pública europeia por meio de plataformas online.
Veículos de mídia russos considerados ferramentas de propaganda foram banidos, embora ainda possam ser encontrados na web, e as autoridades estão investigando alegações de que Moscou usou parlamentares e assessores da UE para espalhar desinformação.
A Comissão Europeia também aumentou a fiscalização sobre plataformas online para garantir que elas cumpram as novas leis da UE que reprimem conteúdos ilegais online.
Iniciou investigações sobre Facebook, Instagram, X de Elon Musk, TikTok e o varejista chinês AliExpress.
Na UE, os influenciadores — que muitas vezes ganham dinheiro por meio de publicidade, patrocínios ou vendendo por meio de links afiliados a varejistas — devem cumprir as leis de consumo e publicidade.
Vários países da UE descobriram que muitos não estão cumprindo essas leis adequadamente.
As autoridades francesas, por exemplo, descobriram que, desde 2021, 60% dos influenciadores investigados não cumpriram corretamente as normas, resultando em multas e, em alguns casos, forçando os criadores a postar stories no Instagram detalhando suas violações.
Na Espanha, o ministério do consumo conduziu no ano passado uma varredura em plataformas online populares, e descobriu que 78% dos conteúdos continham publicidade não divulgada.
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Fonte:https://techxplore.com/news/2024-05-eu-positive-impact.html
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