TB, 14/05/2024
Por Noor Al-Sibai
Leia as Críticas
Parece que os executivos da OpenAI se inspiraram no sucesso discreto de 2013 de Spike Jonze, "Her", ao criar a última versão do ChatGPT — e, leitor, isso não é uma coisa boa.
Lembre-se, se puder, da trama do filme: um solitário de 30 e poucos anos, morador da Los Angeles de um futuro próximo, interpretado por Joaquin Phoenix, atualiza seu sistema operacional e começa um relacionamento com um chatbot feminino, com a voz impecável de Scarlett Johansson. O chatbot se autodenomina Samantha e os dois embarcam em um caso de amor muito doce, embora complexo.
Tragicamente, esse caso termina — como a Wired aponta em sua excelente crítica ao ChatGPT 4.0 da OpenAI — quando a IA, provavelmente senciente, começa a desejar a companhia de sua própria espécie, deixando seu amante humano na poeira digital.
Ele e Ela
Avançando 11 anos no mundo real. A OpenAI dominou a indústria de IA, e agora está prestes a lançar uma atualização muito esperada para o ChatGPT, seu chatbot revolucionário de 2022. Além da conversa entre o usuário e o chatbot, o ChatGPT 4.0 agora pode falar, detectar tom e emoção e "ver" através da câmera de um smartphone — e responder de maneira semelhante, com um efeito às vezes desconcertantemente evocativo.
Uma das vozes demonstradas também soa muito semelhante à de Johansson como a protagonista de "Her" no filme de Jonze — e há pouca chance, em nossa opinião, de que isso seja coincidência.
Apesar das declarações do CEO Sam Altman no ano passado afirmando que "Her" retratou a IA corretamente, a diretora de tecnologia da OpenAI, Mira Murati, insistiu, segundo o resumo do Wall Street Journal sobre a demonstração introdutória da atualização pela empresa, que o ChatGPT 4.0 foi menos inspirado no filme de Jonze e mais voltado para a forma como os humanos falam entre si.
Essa insistência, no entanto, foi desfeita quando Altman tuitou a palavra "her" no meio do lançamento da atualização, deixando pouca especulação sobre se o filme ainda estava em sua mente.
Mostrar e Contar
Como mostram as próprias demonstrações da OpenAI do ChatGPT 4.0 — que estamos recebendo com um grão de sal — a voz feminina ouvida vindo do chatbot é surpreendentemente semelhante à do filme "Her".
De fato, em uma troca, o chatbot parece tanto lisonjeado quanto confuso quando um funcionário da OpenAI explica na câmera que está filmando um vídeo de anúncio sobre o próprio chatbot.
"Mmm? Eu? O anúncio é sobre mim? Bem, fiquei intrigada", diz o chatbot, rindo de maneira infantil.
Ainda não testamos o ChatGPT 4.0 nós mesmos, mas pelo que vimos na demonstração da OpenAI, essa atualização do produto principal da OpenAI é tão sofisticada quanto perturbadora — embora, é claro, ainda tenha seus defeitos.
"O ChatGPT original mostrou um vislumbre do que era possível com interfaces de linguagem", escreveu Altman em seu blog pessoal. "Esta nova versão parece visceralmente diferente."
Somos obrigados a concordar com ele aí — embora não necessariamente para melhor.
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