21 de mai. de 2024

O ditador iraniano Ebrahim Raisi foi declarado morto: um vácuo de poder é gerado e o regime teocrático entra em crise




LDD, 20/05/2024 



A televisão estatal do Irã disse que as equipes de resgate localizaram o helicóptero em que o presidente do Irã viajava, e que não havia "sinais de vida".

Os meios de comunicação estatais do Irã finalmente confirmaram a morte do presidente Ebrahim Raisi, após mais de 14 horas de busca na zona montanhosa da província de Azerbaijão Oriental, onde o helicóptero presidencial caiu por razões até então desconhecidas.




As equipes de busca encontraram nesta segunda-feira o local do acidente do helicóptero que transportava Raisi, e a televisão estatal disse que não havia "sinais de vida", então além do mandatário, também se presume que estejam mortos o chanceler Hossein Amir-Abdollahian, o governador de Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati, e o aiatolá Mohammad Ali Ale-Hashem.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Alí Jamenei, máxima autoridade do país, havia pedido aos iranianos que rezassem por Raisi. "Se o povo do Irã mantiver a calma, o país seguirá funcionando normalmente", disse ao pedir tranquilidade.

Quem era Ebrahim Raisi

Como executor do ditador Ali Jamenei, Ebrahim Raisi foi um dos presidentes mais brutais da história do Irã, governando com mão de ferro e expandindo a revolução islâmica iraniana para novos países.

Apesar de ser uma ditadura onde a dissidência é penalizada com a morte, existem dois grandes setores dentro do regime teocrático que competem em eleições: os "moderados", que de moderados não têm nada, mas estão dispostos a envolver o Irã em organismos internacionais e a participar de reuniões de líderes mundiais; e os "radicais", que não aceitam o diálogo com outros mandatários e rejeitam qualquer tratado internacional.

Durante a década anterior, a ala moderada dominou a política iraniana, mas os resultados geopolíticos foram ruins e acabaram perdendo não apenas seu programa nuclear, mas em janeiro de 2020 o governo dos Estados Unidos abateu seu general máximo, Qassem Soleimani, levando o país a uma crise militar.

Por isso, ao ganhar em 2021, no início de seu mandato, lançou uma purga de opositores mais moderados e instalou um regime do terror, ainda mais forte do que o que a República Islâmica vinha tendo.

Não perdeu tempo e, depois de consolidar seu poder, em 2022 relançou o programa nuclear do Irã e redobrou os esforços para financiar o terrorismo internacional contra Israel, fortalecendo a Guarda Revolucionária, fortemente prejudicada após o abate de Soleimani, e enviou enormes recursos para fortalecer o Hezbollah no Líbano após a explosão do porto de Beirute.

Em 2023, negociou diretamente com a monarquia do Catar um vínculo até então inédito entre as forças islâmicas xiitas e as forças palestinas, que são da ramificação religiosa sunita, oposta aos xiitas.

Apesar das diferenças intrarreligiosas, Raisi conseguiu alinhar o grupo terrorista Hamas com os objetivos iranianos, e dali saiu o brutal ataque palestino contra o sul de Israel em 7 de outubro passado, que resultou no pior genocídio judeu desde o Holocausto.

Sua morte deixa um vácuo de poder, dado que o Líder Supremo, Ali Jamenei, com 84 anos e com um quadro de saúde deteriorado, está praticamente afastado da governança. O Irã terá que resolver a nova condução da teocracia nos próximos 50 dias, o prazo em que deve ser escolhido um novo presidente, enquanto o vice, Muhamad Mokhber, assume o controle do país de forma interina.

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Fonte:https://derechadiario.com.ar/medio-oriente/medio-oriente_iran/el-presidente-irani-ebrahim-raisi-fue-declarado-muerto-se-genera-un-vacio-de-poder-y-el-regimen-teocratico-entra-en-crisis 

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