ED, 10/03/2024
Por Luis Marcelo
Em suas declarações por meio de um programa de rádio, ele incluiu a Igreja Católica.
O ex-presidente Evo Morales disse neste domingo em seu programa semanal na rádio Kawsachun Coca que os ataques contra ele são "crimes de ódio", pediu que algum advogado o ajude a iniciar uma ação legal e apontou que "para muitos padres, somos demônios".
O líder nacional do MAS assegurou que o objetivo dos Estados Unidos (EUA), do 'arcismo' e da oposição é que Evo Morales não seja candidato à presidência em 2025, e afirmou que, por isso, o líder opositor Carlos Mesa propôs na semana passada primárias abertas, ideia que foi apoiada por diversos setores contrários a ele.
"Os ataques são crimes de ódio: racismo, discriminação. Isso tem processo, estamos sendo tolerantes. Mas também é uma forma de legalização da recolonização que está à frente do Governo nacional. Na semana passada, me chamaram de 'Evo burro', (me disseram) que somos animais, ostras, uma espécie humana sem alma, como nos diziam nos tempos da colonia. Agora (dizem que) somos selvagens. Um bispo nos disse, e está nos jornais: 'Devemos expulsar os demônios'. Para um padre, somos demônios, muitos pensam assim".
Morales fez referência a uma homília pronunciada em 2021 pelo então bispo de Santa Cruz, Sergio Gualberti, que disse que o anúncio do Evangelho necessariamente deve ser acompanhado de uma prática libertadora de tudo o que, fisicamente e espiritualmente, escraviza a pessoa e degrada a dignidade humana.
"Isso implica o compromisso de expulsar, com o poder de Cristo e de sua Palavra, os 'demônios' pessoais, como os ódios e os ressentimentos presentes em nossa vida e que desagregam as famílias e rompem as relações com o próximo... Mas, implica também expulsar os 'demônios' de nossa sociedade, como as injustiças, as discriminações, as mentiras, as ameaças e as opressões, fatos que provocam confrontos, atentam contra a convivência pacífica e democrática e fazem com que nosso país pareça ser o lar apenas para aqueles que usam uma determinada camiseta, e não para todos os seus habitantes", expressou Gualberti naquela homília sem citar Evo Morales, mas o ex-presidente acredita que é uma alusão a ele.
Morales assegurou que espera que algum advogado "possa nos ajudar a fazer uma ação legal, isso é o que corresponde, não estamos inventando, somos vítimas", apontou.
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