PP, 02/02/2024
Por Oriana Rivas
O partido de Xiomara Castro demite dezenas de médicos hondurenhos para substituí-los por cubanos
Os desligamentos ocorrem coincidentemente quando o governo de Castro anuncia a chegada de outros 89 médicos cubanos. Depois de ter condecorado Maduro, a mandatária hondurenha consolida sua aliança com o regime de Havana
Um total de 30 médicos foram demitidos de seus cargos em Honduras. Afirmam que a causa é não estarem inscritos no Partido Livre, liderado pela presidente Xiomara Castro. Um destino que outros 70 médicos também podem enfrentar, de acordo com Tirzo Godoy, representante do Colégio Médico de Honduras (CMH).
O roteiro parece ter sido copiado do manual latino-americano da esquerda, onde a ideologia prevalece sobre o mérito. Trata-se de uma medida autoritária, "já que não foram oferecidas oportunidades de defesa aos médicos afetados", como menciona o porta-voz do sindicato.
A mandatária se aproxima cada vez mais das tiranias da região. Há poucos dias, concedeu a maior condecoração do país ao ditador Nicolás Maduro enquanto o resto do mundo rejeita os abusos do regime na Venezuela. Quase paralelamente, Xiomara Castro fechou um acordo com o castrismo para importar mais médicos cubanos, ignorando as denúncias que apontam que essas "missões" não passam de "escravidão moderna".
Isso significa que Castro não se esconde sob a figura do esquerdismo moderado, como seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, ou o presidente do Chile, Gabriel Boric. Pelo contrário, mostra-se cada vez mais próxima das tiranias da região.
Saem médicos hondurenhos, entram cubanos
A demissão desses médicos ocorre coincidentemente quando o governo de Xiomara Castro anuncia a chegada de outros 89 médicos cubanos em 20 de fevereiro. Eles serão "distribuídos na rede hospitalar, de acordo com as necessidades de atendimento", disse a ministra da Saúde de Honduras, Carla Paredes. Para justificar a decisão, afirmam que isso "não afeta os médicos hondurenhos, pois são especialistas em áreas carentes no país".
Supostamente, o grupo incluirá "cirurgiões, ortopedistas, neurocirurgiões, cirurgiões vasculares, cirurgiões oncológicos, internistas, psiquiatras, epidemiologistas, médicos de família e geriatras". No entanto, o fato de dezenas de seus colegas hondurenhos terem sido demitidos reflete mal no governo de Castro, que há poucos meses era criticado pelo Colégio Médico pela falta de infraestrutura, medicamentos e insumos. Um problema antigo ao qual a mandatária parece não dar atenção. Em vez disso, importa especialistas de outro país mesmo com as deficiências que os centros hospitalares enfrentam.
Também não há informações sobre números. Ou seja, sobre o pagamento que os médicos cubanos receberão. Um assunto tão obscuro que foi denunciado até mesmo pela União Europeia, pois dos milhares de dólares que o castrismo embolsa por seus serviços em outros países, os profissionais recebem apenas uma pequena porcentagem.
Prêmio por ser militante
A ministra da Saúde rejeita que as demissões denunciadas pelo CMH sejam por motivos políticos. Ela fala que está "enviando a renovação do pessoal". Mas também não nega que terão prioridade aqueles médicos inscritos nas fileiras do Partido Livre. "Se tenho dez médicos e cinco são do meu partido, digam, dêem uma chance a esses rapazes que não tiveram", é sua justificativa.
Assim, Xiomara Castro marca mais um ponto para incluir seu país na lista de tiranias da região, onde a lealdade ao regime pesa mais que o mérito para acessar empregos e benefícios estatais.
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