PP, 13/02/2024
Por José Gregório
Os portos espanhóis receberam ao longo de todo o ano de 2023 um total de 1,4 milhões de toneladas de petróleo venezuelano, enquanto em 2022 a cifra tinha sido de 727.000 toneladas.
A flexibilização progressiva das sanções pelo governo dos Estados Unidos, liderado por Joe Biden, permitiu ao regime de Nicolás Maduro oxigenar a indústria petrolífera, que estava sofrendo, e retomar negociações não só com os Estados Unidos através da Chevron, que obteve autorização de Washington há pouco mais de um ano para retomar algumas operações na Venezuela, mas também com a Itália e a Espanha através de suas empresas Eni e Repsol, respectivamente, que se beneficiaram da mesma medida quase ao mesmo tempo. Isso permitiu que, no último ano, a Espanha quase dobrasse a compra de petróleo venezuelano, apesar da situação política ter se agravado com a nova onda de perseguição judicial iniciada pela ditadura chavista para neutralizar os opositores em pleno ano eleitoral.
Os portos espanhóis receberam ao longo de todo o ano de 2023 um total de 1,4 milhões de toneladas de petróleo venezuelano, enquanto em 2022 a cifra tinha sido de 727.000 toneladas, conforme revelam as estatísticas da Corporación de Reservas Estratégicas de Productos Petrolíferos (Cores), atualizadas na segunda-feira. Os números mais recentes, correspondentes a dezembro, mostram que apenas nesse mês foram despachadas 153.000 toneladas, o mesmo que nos dois meses anteriores, sendo julho o mês que mais contribuiu para o total do ano, registrando um pico de 238.000 toneladas.
Venezuela supera a Colômbia
Os despachos de petróleo venezuelano para a Espanha haviam sido interrompidos em setembro de 2020, devido à pressão do governo dos Estados Unidos, na época liderado pelo republicano Donald Trump. Com o progressivo alívio das sanções da administração democrata de Joe Biden, Madrid e Caracas retomaram as negociações a partir de julho de 2022, com uma pausa nos três meses seguintes devido à recusa do regime de Maduro, em aceitar esses envios como parte de um mecanismo de pagamento da volumosa dívida que a estatal venezuelana, PDVSA, tem com a espanhola Repsol, estimada em cerca de 200 milhões de euros.
Tudo indica que Caracas cedeu. Desde novembro de 2022, os despachos de petróleo venezuelano para a Espanha têm continuado, chegando até mesmo a superar o ano passado a Colômbia, que exportou 1,1 milhão de toneladas de petróleo para o país europeu, quando durante os quase dois anos de interrupção das negociações entre a PDVSA e a Repsol, a colombiana Ecopetrol havia ocupado o lugar da estatal petrolífera venezuelana.
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Fonte:https://panampost.com/jose-gregorio-martinez/2024/02/13/espana-duplica-petroleo-venezolano/
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