LDD, 03/02/2024
Em uma jogada que está se repetindo em toda a região e que recentemente afetou Bolsonaro no Brasil e Maria Corina Machado na Venezuela, o governo do Panamá quer impedir que Martinelli seja candidato à presidência.
A Suprema Corte do Panamá confirmou na sexta-feira uma sentença de 10 anos de prisão por corrupção contra o candidato à presidência da direita, Ricardo Martinelli, por seu suposto papel no uso de fundos públicos para comprar um conglomerado de mídia e receber participação majoritária.
Isso o impediria de se candidatar na próxima eleição, que ocorrerá em 5 de maio e o veria enfrentando José Gabriel Carrizo, o candidato da esquerda que busca suceder ao atual presidente, Laurentino Cortizo.
Devido aos fatores que causaram os Protestos no Panamá em 2023, o atual governo alcançou os níveis mais baixos de popularidade na história recente do Panamá. Cortizo é considerado pela maioria dos panamenhos como um dos piores presidentes da história do país.
Hoje, ele é o candidato presidencial com maior apoio popular para as eleições, e é o principal inimigo do atual governo de esquerda, que busca derrubar sua candidatura a todo custo. As últimas pesquisas o colocavam com 40% de apoio, enquanto Carrizo não chega a 30 pontos.
Entre os outros candidatos, estão Rómulo Roux, do centrista Cambio Democrático, José Isabel Blandón, do histórico partido de centro-direita Partido Panameño; e Martín Torrijos Espino, o ex-presidente panamenho, que costumava pertencer ao mesmo partido que Cortizo. Os três têm cerca de 10% de intenção de voto.
Por sua vez, Ricardo Martinelli, que se apresenta com o partido de direita que fundou em 2021, Realizando Metas (RM), é um magnata bilionário do setor varejista, que já foi presidente do Panamá de 2009 a 2014, em aliança com o já arcaico Partido Panameño.
Devido a rivalidades políticas, após concluir seu mandato, Martinelli foi alvo de múltiplos processos espúrios, nos quais foi detido de forma ilegal e arbitrária, conforme declarado pelo Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária no parecer No.47/2019, no âmbito do julgamento Ricardo Martinelli vs Panamá.
O governo do ex-presidente Juan Carlos Varela, seu sucessor direto em 2014, empenhou-se em destruir sua imagem e abriu mais de 20 processos contra Martinelli, todos manipulados pelo Conselho de Segurança Pública e Defesa Nacional, o serviço de inteligência do Panamá.
Um de seus advogados, Sidney Sittón, disse ao canal de televisão local TVN que a decisão do alto tribunal não deveria impedir sua candidatura. Tudo indica que se trata de um processo fabricado politicamente que busca desqualificar Martinelli, que tem a vitória servida em uma bandeja.
Atualmente, está pendente de decisão perante o Comitê de Direitos Humanos a comunicação submetida pelo processo que motivou sua detenção ilegal sob o caso No.138-15, que foi utilizado para extraditá-lo dos Estados Unidos para o Panamá, sob a regra ou princípio de especialidade.
Dentro desse processo, ele foi declarado inocente duas vezes por seis juízes diferentes, enfrentando durante todo esse processo 2 anos em detenção ilegal e arbitrária, onde sua vida foi colocada em perigo.
Depois que Martinelli foi definitivamente ratificado como inocente, seus adversários, incluindo a ex-procuradora Kenia Porcell, abusando de seu cargo, iniciaram medidas para desconhecer de forma arbitrária e ilegal a especialidade concedida a Martinelli, que o impedia de ser julgado por eventos anteriores à sua extradição.
Assim, eles conseguiram de forma espúria desconhecer o princípio de especialidade de Martinelli e relacioná-lo a investigações controladas pela conhecida Procuradoria Paralela, investigações que são usadas pelos adversários de Martinelli para persegui-lo politicamente, com o único objetivo de desqualificá-lo.
Até o momento, dois desses processos manipulados estão sendo usados por seus rivais políticos para continuar a perseguição contra ele, mas o objetivo final é impedir que ele se apresente na próxima disputa eleitoral como candidato à presidência.
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