30 de jan. de 2024

EUA vão reimpor sanções à Venezuela devido à desqualificação de Maria Corina Machado




IP, 30/01/2024 



Os Estados Unidos advertiram nesta terça-feira que reimporão sanções ao setor de petróleo e gás da Venezuela, relaxadas sob um acordo de reconciliação, depois que opositores ao presidente Nicolás Maduro foram impedidos de concorrer contra ele.

O Departamento de Estado estabeleceu um prazo para encerrar uma licença que permitia negociações dos EUA com o setor lucrativo da Venezuela, afirmando que Maduro estava violando um acordo com a oposição alcançado em Barbados em outubro.

"Na ausência de progresso entre Maduro e seus representantes e a Plataforma Unitária da oposição, particularmente em permitir que todos os candidatos presidenciais concorram nas eleições deste ano, os Estados Unidos não renovarão a licença quando ela expirar em 18 de abril de 2024", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em um comunicado.

Os Estados Unidos disseram anteriormente que estavam encerrando imediatamente outra licença que permitia operações pela empresa estatal venezuelana de mineração de ouro, Minerven.

"Os Estados Unidos permanecem firmemente comprometidos em apoiar o diálogo entre as partes e as aspirações do povo venezuelano por um futuro democrático", disse Miller.

"Continuaremos a trabalhar com a comunidade internacional e todos os atores democráticos pacíficos em todo o espectro político na Venezuela, e a aproveitar os mecanismos à nossa disposição para incentivar um retorno aos princípios do acordo de Barbados", acrescentou.

O Supremo Tribunal da Venezuela, leal a Maduro, na sexta-feira, manteve uma proibição de 15 anos de ocupar cargos públicos contra a principal opositora do presidente nas eleições deste ano, Maria Corina Machado.

O tribunal também confirmou a inelegibilidade de um possível substituto da oposição – o candidato presidencial duas vezes, Henrique Capriles.

– O poder de resistência de Maduro –

Os Estados Unidos são inimigos de longa data de Maduro de esquerda, que presidiu uma economia em ruínas que fez milhões fugirem da Venezuela.

No início de 2019, os Estados Unidos, sob o então presidente Donald Trump, declararam Maduro ilegítimo após preocupações com uma eleição anterior, com a maioria dos países ocidentais e latino-americanos mudando o reconhecimento para o então líder da oposição Juan Guaidó.

Mas anos de sanções e outras pressões não conseguiram derrubar Maduro, que conta com apoio de um sistema de clientelismo político, dos militares e de Cuba, Rússia e China.

A administração do presidente Joe Biden, após inicialmente manter a abordagem de sanções de Trump, mudou de rumo após não ver fim à vista para Maduro e depois que dois vizinhos-chave da Venezuela, Colômbia e Brasil, elegeram líderes de esquerda que buscavam uma abordagem mais conciliatória.

Após o acordo de Barbados, os Estados Unidos deram sinal verde para a Chevron fazer negócios com a Venezuela e organizaram uma troca de prisioneiros com Maduro que libertou americanos.

Oficiais americanos reconheceram privadamente que veem perspectivas limitadas para Maduro permitir uma votação na qual ele possa perder o poder. Machado, após a decisão do tribunal, acusou Maduro e seu "sistema criminoso" de buscar "eleições fraudulentas".

Maduro na semana passada fez alegações de planos para assassiná-lo e disse que os acordos de Barbados estão "mortos".

Em Washington, o Partido Republicano denunciou Biden por causa da Venezuela, mas até mesmo membros do Partido Democrata do presidente pediram a ele para apertar o parafuso sobre Maduro após as desqualificações.

Em uma declaração conjunta na segunda-feira, três importantes senadores democratas – Ben Cardin, Dick Durbin e Tim Kaine – pediram aos Estados Unidos que reimponham sanções "até que uma eleição limpa seja garantida".

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Fonte:https://insiderpaper.com/us-reactivating-oil-sanctions-against-venezuela-state-dept/ 

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