SWI, 22/12/2023
Os laboratórios poderão criar vida a partir do zero até ao final do século, segundo o galardoado suíço do Prémio Nobel, Didier Queloz. “Na minha opinião, é apenas uma questão de tempo até termos sucesso”, disse ele.
“Temos o poder de destruição desde que tivemos armas nucleares. Neste século alcançaremos o poder divino da criação criando Vida Artificial a partir do zero”, disse Queloz ao grupo de mídia Tamedia em entrevista nesta sexta-feira.
O surgimento da vida é, em última análise, um processo químico, diz Queloz. “Se as condições forem adequadas, a vida surgirá. Não vejo necessidade de um empurrão inicial de um deus criador”, disse o vencedor do Prémio Nobel.
O astrofísico de 57 anos recebeu o Prêmio Nobel em 2019 junto com seu colega Michel Mayor, pela descoberta do primeiro planeta orbitando uma estrela semelhante ao Sol.
Desde 2021, ele constrói um centro no Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique que pesquisa as origens da vida. Segundo Queloz, isso inclui pesquisas sobre o sistema solar, análises de exoplanetas e tentativas de simular o surgimento de vida em experimentos de laboratório.
Queloz está convencido de que foi o seu Prêmio Nobel que tornou possível a criação deste centro. Muitos colegas da física não considerariam a busca pela origem da vida uma ciência real, disse Queloz. Os químicos não se importaram com o assunto porque era obviamente mais atrativo para eles trabalhar na indústria farmacêutica.
“Com o Prêmio Nobel atrás de mim, as pessoas de repente me ouviram e comecei a explicar-lhes o assunto”, continuou Queloz.
O físico disse que o Prêmio Nobel também mudou sua vida de outras maneiras. Segundo o astrofísico, pessoas de fora da astrofísica de repente começaram a ouvi-lo e ele se tornou uma espécie de diplomata científico.
Além disso, ele recebe “bobagens por e-mail quase todos os dias”, disse Queloz: “Um reinventou a história do universo, um segundo pensa que conhece a solução para todos os problemas da humanidade, um terceiro afirma que pode provar a existência de Deus."
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