IP, 16/11/2023
O Azerbaijão recusou-se nesta quinta-feira a participar nas conversações de normalização com o arqui-inimigo Armênia, que estavam planejadas nos Estados Unidos este mês, devido ao que disse ser a posição “tendenciosa” de Washington.
Baku e Yerevan estão envolvidos num conflito territorial de décadas sobre a região de Nagorno-Karabakh, no Azerbaijão, que Baku recuperou em Setembro, após uma ofensiva relâmpago contra os separatistas armênios.
As conversações de paz mediadas internacionalmente entre as ex-repúblicas soviéticas registraram poucos progressos, mas os líderes de ambos os países afirmaram que um acordo de paz abrangente poderia ser assinado até ao final do ano.
“Não consideramos possível realizar a reunião proposta ao nível dos Ministros dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão e da Armênia em Washington, em 20 de novembro de 2023”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Baku num comunicado.
A medida seguiu-se a uma audiência na Comissão dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos EUA, na quarta-feira, onde, segundo o ministério, o secretário de Estado adjunto, James O'Brien, fez “observações unilaterais e tendenciosas” sobre o Azerbaijão.
O'Brien disse ao Comitê da Câmara que “nada será normal com o Azerbaijão após os acontecimentos de 19 de Setembro até vermos progressos no caminho da paz”.
“Cancelamos uma série de visitas de alto nível e condenamos as ações (de Baku)”, acrescentou.
O Ministério das Relações Exteriores do Azerbaijão disse: “Essa abordagem unilateral dos Estados Unidos poderia levar à perda do papel de mediação dos Estados Unidos”.
O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, disse nesta quinta-feira que a “vontade política de Yerevan de assinar, nos próximos meses, um acordo de paz com o Azerbaijão permanece inabalável”.
Pashinyan e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, realizaram várias rodadas de conversações sob a mediação da UE.
Mas no mês passado, Aliyev recusou-se a participar numa rodada de negociações com Pashinyan em Espanha, citando a “posição tendenciosa” da França.
O presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, deveriam se juntar ao chefe da UE, Charles Michel, como mediadores nessas negociações.
Até à data, não se registraram quaisquer progressos visíveis nos esforços da UE para organizar uma nova rodada de negociações.
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Fonte:https://insiderpaper.com/azerbaijan-rejects-armenia-peace-talks-planned-in-us/
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