IP, 19/09/2023
A legislatura de transição de Burkina Faso aprovou nesta terça-feira uma lei que autoriza o envio de tropas para o vizinho Níger, que enfrenta ameaça de intervenção militar para restaurar o regime civil após um golpe de Estado.
Ao abrigo da nova lei, o Burkina Faso pode enviar um contingente militar para o Níger por um período renovável de três meses.
Fornece um quadro jurídico para o destacamento, cuja missão seria levar “assistência militar à República do Níger em caso de agressão ou desestabilização por um exército externo, mas também lutar contra o terrorismo”, disse o ministro da Defesa, Kassoum Coulibaly.
O presidente democraticamente eleito do Níger, Mohamed Bazoum, foi deposto por oficiais rebeldes em 26 de julho.
Foram rapidamente apoiados por juntas nos vizinhos Mali e Burkina Faso, cujos presidentes foram igualmente forçados a sair após fracassos na tentativa de conter uma insurgência jihadista.
Mas o bloco da África Ocidental, CEDEAO, alertou que poderia intervir militarmente no Níger se os esforços diplomáticos para devolver Bazoum ao poder falharem – uma medida que levou o Mali e Burkina a dizerem que qualquer operação equivaleria a uma “declaração de guerra” contra si próprios.
Os líderes militares dos três países assinaram no sábado um pacto de defesa mútua e o novo homem forte do Níger, General Abdourahamane Tiani, assinou um decreto autorizando as forças do Mali e do Burkina a intervir “em caso de agressão armada externa ou desestabilização”.
A nova lei do Burkina Faso permite-lhe criar “pontos de apoio” no Níger para combater “grupos terroristas que lá se refugiam frequentemente depois de cometerem ataques no nosso território”, disse Coulibaly.
Uma região onde as fronteiras do Burkina, do Níger e do Mali se encontram tem sido devastada pelo jihadismo nos últimos anos.
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Fonte:https://insiderpaper.com/burkina-approves-law-for-sending-troops-to-post-coup-niger/
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